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Autopunição

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Não ouças qualquer
juízo que eu faça sobre
meu semelhante.
Amordaça-me.
Corta minha língua.
A pessoa que acusei
de furtar minhas luvas
não tinha mãos.

. Jamil Snege (Blog do Zé Beto)

A esta linda e cortante poesia do poeta curitibano, acrescentaria:

Me equivoquei ao acusar de me dar um chute na bunda o homem que só depois vi que não tinha um dos pés.

O xadrez da sucessão municipal

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A janela partidária para quem tem mandato de vereador acaba de se fechar, mas na dança das siglas,  quem pensa no pleito de outubro já deu um jeito de se acomodar no mesmo ou em novo ninho , até esta sexta-feira, 5 de abril. No frigir dos ovos, o maior prejudicado foi Silvio Barros II, por mais esperto que seja seu irmão Ricardo quando o assunto é articulação. Ocorre que houve um fortalecimento indiscutível da candidatura Jacovós, cuja ligação com o bolsonarismo divide o conservadorismo local e torna menos explosiva a polarização PP-PT.

Do jeito que ficou o quadro, a tendência é o prefeito Ulisses Maia procurar o muro mais próximo, porque por maior que seja a sua afinidade com os Barros (foi chefe de gabinete do Silvio) não será nada interessante para o fim da sua gestão, bater de frente com os Verri, que estão com tudo e muita prosa na esfera federal. Nesse caso, Ulisses dará um jeito de repensar a intensidade do seu apoio público a Scabora, agora em novo partido, mesmo que ainda tenha em menta a estratégia de cristianização do seu vice.

Pode isso, Arnaldo?

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Ainda varruma na cabeça dos cidadão descentes do Paraná o escândalo  de corrupção envolvendo o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano. O Conselho de Ética simplesmente arquivou o processo, um escândalo tão escandaloso quanto o do pedido de propina a um empresário prestador de serviço à Alep.

Tudo bem que nos termos do Acordo de Não Persecução Penal , Traiano e o ex-deputado Plauto Miró fizeram confissão e devolveram o dinheiro. A punição ficou só na devolução com multa e não se fala mais nisso. Foram 200 mil reais de propina para Traiano e 100 mil para Miró. A devolução foi confissão de culpa, mas o silêncio ensurdecedor tomou  conta da Praça Nossa Senhora de Salete. E claro, da mídia corporativa do Estado. Uma vergonha !

É aí que mora o perigo

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A teologia da prosperidade toma conta do ambiente neopentecostal, que vem se transformando num braço poderoso da extrema-direita brasileira. Mas a prosperidade é pra quem? Com absoluta certeza não é para os fiéis seguidores de líderes religiosos, que estão mais para mercadores da fé do que para pastores. Quer alguns  exemplos? Então vamos lá : Silas Malafaia, Edir Macedo, Waldemiro Santiago e RR Soares.

Mas há um fato novo nesse meio, segundo aponta o teólogo Frei Leonardo Boff. É a migração dos grupos evangélicos ligados a esses pastores, para e teologia do domínio. Na prática, o pentecostalismo, que no Brasil é composto por maioria bolsonarista, luta contra a laicidade do estado e pela implantação de um regime teocrático. É aí, exatamente aí que mora o perigo.

“Você e Dallagnol roubavam galinha juntos”

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O senador Sérgio Moro, cada vez mais isolado, tentou se reaproximar do STF através de uma conversa com o decano da corte, ministro Gilmar Mendes. Gilmar topou o encontro, mas depois da conversa é certo que o ex-juiz da Lava Jato se arrependeu amargamente. Entre outras coisas, ele ouviu do ministro: “Sergio, Curitiba não te ajudou em nada. Aproveite que está no Senado e estude um pouco. A biblioteca do Senado é ótima, você deveria frequentar”. De acordo com a colunista Mônica Bérgamo, da Folha de São Paulo, houve um certo momento em que a conversa ficou tensa. Irritado com a desfaçatez e o cinismo do senador, que está próximo de ser cassado, Mendes disparou: “ “Você e Dallagnol roubavam galinha juntos. Não diga que não, Sergio”.

É mais lenha na fogueira

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Só o policiamento ostensivo, com prisões à granel, não resolve o problema da violência. Pelo contrário, o agrava. O que aconteceu no litoral paulista com a Operação Verão do governador Tarcísio de Freitas, foi uma tragédia, que não leva a lugar nenhum, a não ser a oxigenação da espiral do crime. As forças policiais mataram 52 pessoas, a maioria delinquentes perigosos, mas boa parte foi de pessoas inocentes que pagaram com a vida pelo que não fizeram, como foi o caso da mulher morta com um tiro na cabeça quando aguardava um dos seis filhos sentada no banco de uma praça em Santos. A bala que atingiu Edneia Fernandes partiu da arma de um policial militar.

Operações como aquela acaba tendo apoio da população, que de tão assustada com a violência, passou a achar mesmo que a polícia tem que matar bandido.. Essas ideias populistas contaminaram a sociedade brasileira, principalmente por conta das aulas que são ministradas todos os dias por professores como Datena e Ratinho, para ficar nos dois principais.

Recomeça com 1 a 0 pra ele

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O TRE retoma hoje o julgamento de Sérgio Moro, que teve o voto favorável do relator. Faltam 5 desembargadores para votar no processo que pede a cassação do ex-juiz da Lava Jato, que tentou ser presidente da república pelo Podemos de São Paulo e vendo que não dava pra ele, voltou ao Paraná, já pelo União Brasil, e aqui disputou o Senado. De acordo com a denúncia protocolada pelo PL e uma federação da esquerda liderada pelo PT, Moro gastou uma fortuna para se eleger senador, com boa parte da grana oriunda do fundo partidário.

Só lembrando que a Operação Lava Jato, comandada pelo então juiz da 13ª. Vara Federal de Curitiba, surgiu para combater a corrupção na política brasileira, colocou grandes empresários e líderes partidários , inclusive Lula, na cadeia, mas quebrou as principais construtoras de obras pesadas do país, desempregando  mais de 4 milhões de trabalhadores. E ao prender o então pré-candidato a presidente da república Luís Inácio Lula da Silva, tornando-o inelegível, abriu caminho para o outsider Jair Messias Bolsonaro, de quem Moro acabou ministro da Justiça.

Cassadas honrarias de generais

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O Conselho Universitário da Universidade Federal do Paraná cassou nesta segunda-feira os títulos de “doutor honoris causa” concedidos a três presidentes do regime militar. A distinção máxima de uma universidade é dada a pessoas que deram inequívocas contribuições científicas, intelectuais, acadêmicas, cultural e artística à sociedade. Os membros do COU da UFPR avaliaram, 60 anos depois do golpe, que  Castelo Branco, Costa e Silva e Ernesto Geisel, já falecidos, não eram dignos da honraria.

No banco dos réus

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Vai a júri popular nesta quinta-feira o assassino do petista Marcelo Arruda, morto quando comemorava com amigos e familiares seus 50 anos de idade em Foz do Iguaçu. O criminoso é o bolsonarista Jorge Garanho,  que se irritou ao saber que perto de onde ele estava acontecia uma festa, tendo na decoração o  PT e Lula como temática. O réu é denunciado pelo Ministério Público por homicídio doloso duplamente qualificado, por motivo fútil. É pena máxima na certa.

O Sr. de todos os apetites

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Ricardo Barros mandou dizer em suas redes sociais que não tem nada a ver com o pedido de cassação do mandato de Sérgio Moro, mas que se a cassação vier ele está na área, pronto para disputar a vaga na eventual eleição suplementar. Barros é deputado federal, está secretário da Indústria e Comércio do governador Ratinho Júnior, mas de olho em uma das três cadeiras do Paraná no Senado da República. É fome de poder que não acaba mais.