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Moro sai na frente

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Está 1 a 0 pró Sérgio Moro o placar no TRE-Pr, que analisa a cassação do mandato do senador devido a abuso do poder econômico, na pré e na campanha propriamente dita. O voto favorável foi o do próprio relator do processo, Luciano Carrasco Falavinha. O julgamento será retomado amanhã, faltando 5 votos.

A posição do relator foi muito criticada pelos advogados dos partidos que entraram com a ação, começando por Bruno Cristaldi,  do PL: “O voto do relator foi bastante complacente num ponto muito delicado, onde ele desconsiderou os gastos de uma campanha presidencial, como se fossem gastos que pudessem ser não computados por um abuso de poder econômico. Isso abre um precedente perigosíssimo de pessoas se candidatarem para um cargo com teto de campanha muito maior, sabendo que podem fazer um gasto que não vai ser computado por uma campanha seguinte”,

O advogado do PT, Luiz Eduardo Peccinin, foi mais incisivo: “Foi um voto que, para nós, é bastante equivocado em várias premissas. Eu acho que acaba aceitando muitas desculpas do Moro para apagar o caminhão de dinheiro que injetou na sua pré-campanha”. Só lembrando que Deltan Dallagnol foi absolvido por 6 a 0 no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná e no TSE teve seu mandato de deoutado federal cassado por unanimidade.

Objeto da cobiça

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Enquanto o julgamento de Sérgio Moro ocorre no TRE do Paraná, alguns políticos já se movimentam de olho na vaga que a eventual cassação  abrirá no Senado. Entre esses políticos está o maringaense Ricardo Barros que, de acordo com Celso Nascimento do blog Contraponto, há dias trabalha “na miúda” para conquistar apoio. A possibilidade do ex-juiz ter seu mandato cassado por conta de caixa 2 na campanha que o elegeu em 2022 é muito grande. A sua vaga é mais cobiçada do que foi outrora a garota de Ipanema.

Ignorar celebrações, mas sem apagar a página

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Há 60 anos a frágil democracia brasileira sofreu um duro golpe, que a deixaria agonizando por duas décadas. Foi, entre tantos, o golpe mais nefasto da nossa história. Os militares e a elite conservadora do país começaram a se assanhar com a renúncia de Jânio Quadros , 7 meses depois de assumir a presidência da república em 1961. Os militares fizeram o diabo e mais um pouco para evitar a posse do vice João Goulart, que quase teve abatido no espaço aéreo brasileiro o avião em que voltava de uma viagem oficial à China.

Jango tomou posse, mas num primeiro momento teve que se submeter a um parlamentarismo feito nas coxas. O segundo momento foi o trágico golpe, que descaradamente se chamou de revolução. O resto todo mundo sabe, é uma página negra da nossa história, que não pode ser apagada, até porque este é um fantasma que não pára de nos assombrar.

A bola está nos pés do TRE

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Senador Sérgio Moro (União-PR) 23/02/2023 REUTERS/Alexandre Meneghini

Os adversários esfregam as mãos e Moro está com o cu na mão. O julgamento do mandado de senador do “Marreco de Maringá” será na semana entrante pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Se for cassado, Sérgio Moro recorrerá ao TSE mas com chances mínimas de reverter a decisão. Se não for cassado, a possibilidade de cair no Tribunal Superior Eleitoral será grande. Seguindo a linha do SE: se for cassado, Moro morre politicamente. Se mantiver o mandado, se fortalece e será candidato forte ao governo do Paraná em 2024. Bem, depois de ter Ratinho Júnior como governador, ter um Moro não é nada impossível.

Pragmático e previsível

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Informa Leandro Mazzini em sua coluna na revista Isto É que o deputado licenciado Ricardo Barros tomou café dia desses do Palácio da Alvorada com o presidente Lula. Barris e secretário de Ratinho Jr e segundo especulações, estaria tentando uma aproximação do governador do Paraná com o Palácio do Planalto.

Faz sentido: Barros, todo mundo sabe, está sempre do lado do poder, seja o presidente quem foz, de que matiz ideológico for. Até o final do governo Bolsonaro foi líder do inelegível na Câmara Federal. Antes tinha sido vice líder de Fernando Henrique, vice líder do próprio Lula, da Dilma e ministro de Temer. Agora trabalha para voltar para os braços do petista, ainda que seja esconjurado pelos bolsonaristas. Esse é o Ricardo Barros, que um dia Andre Vargas, então deputado federal do PT, apelidou de Leitão Vesgo”.

Só pelo voto a Venezuela pode resgatar “Punto Fijo”

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Até Hugo Chaves vencer Carlos Andres Perez nas urnas, após duas tentativas frustradas de golpe, a Venezuela caminhava para a modernização econômica , sob o respaldo do Pacto de Punto Fijo, que durou exatos 40 anos. Reconheça-se que Chaves conseguiu, meio que na valentona, frear o processo de  mericanização de suas reservas petrolíferas, que nada ficam a dever para a Arábia Saudita. Mas enfraqueceu a até então sólida democracia venezuelana, que ficou ainda mais capenga após a  morte de Chaves e a ascensão de Nicolás Maduro.  

Com Maduro, o quadro econômico e social da Venezuela se degradou, e desde então o povo venezuelano vem comendo o pão que o diabo amassou. Mas, enfim, chegou o momento do mundo civilizado usar seu poder de pressão para evitar que Maduro aplique mais um golpe dentro dos golpes que vem dando desde que assumiu a presidência, sempre com um discurso hipócrita de apreço pela democracia.

Maduro fez tudo para tirar do pleito desse ano  a sua principal opositora do momento,  María Corina Machado, declarada inelegível. Mas não parou por aí: manobrou para inviabilizar também  a substituta , outra  Corina, a  Yoris. , excluída do pleito após denúncias de bloqueios no sistema de inscrição. Por isso e por muito mais, é que o eleitorado venezuelano precisa mandar de volta pra casa (ou pra cadeia) o ditadorzinho de meia pataca, dando em  julho próximo o primeiro passo para a restauração da democracia  plena,  construída através do pacto  de 1958.

Destamparam o bueiro

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Marcelo Freixo, que há anos é ameaçado pelas milícias, por causa da sua atuação como deputado estadual e depois federal, disse que a descoberta dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco abriu a tampa do bueiro onde líderes do crime organizado do Rio de Janeiro se escondia do Código Penal.

Dessa forma,  o castelo de cartas das milícias cariocas começou a ruir e as tramas e  conexões do mundo do crime com a política carioca vai aos poucos sendo colocadas sob os holofotes do país. Uma coisa é certa : não há como negar o notório envolvimento do clã Bolsonaro com milicianos, que disputam com o narcotráfico o ranking das execuções sumárias de pessoas , que de alguma forma, atravessam o caminho dos criminosos. O desenrolar do novelo , que não permite o fim das investigações , ainda vai trazer muitas surpresas. Quem viver, verá.

A lacração de uma esquerda burra

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Não bastasse os de direita agora surgem com  força nauseante  os lacradores de esquerda. Depois das duras críticas porque Lula não nomeou uma mulher, de preferência negra, para o STF,  ele foi chamado de machista e racista. Nomeou Flávio dino, porque no atual momento, Dino era o cara a ocupar aquela vaga, pelo reconhecido saber jurídico, coragem  e capacidade intelectual para qualquer tipo de embate ou enfrentamento.

Como diz o jornalista Eduardo Guimarães, esses críticos que se dizem do campo progressista, ignoraram a história de  Lula, que elegeu uma mulher presidente e nos seus três governos priorizou a qualificação técnica e política e não o sexo, a cor ou a religião para os cargos que só a ele é dado o direito e a responsabilidade de preencher. Agora, às véspera do país completar  60 anos  do  mais duro golpe  que a sua democracia sofreu, Lula decidiu, de forma estratégica, não cutucar a ferida e distensionar a relação Governo-Forças Armadas.

Tudo isso porque é preciso combater com inteligência a polarização nefasta que o bolsonarismo impôs ao Brasil a partir da sua eleição em 2018. O ano de 1964 não deve ser esquecido, mas cutucar essa ferida em ambiente tão tóxico como o atual, é colocar azeitona na empada da extrema-direita e da besta fascista que não parou de relinchar. Lula já mostrou do que é capaz quando o assunto é jogo de cintura. Por isso, a democracia, que é sólida, mas balançou em 8 de janeiro de 2023, agradece.

Nada mais justo

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É paranaense o médico que realizou com sucesso o primeiro transplante de rim de porco em um humano. Dr. Leonardo Riella, que comandou a cirurgia histórica nos Estados Unidos , se formou na Universidade Federal do Paraná. A Assembleia Legislativa deve conferir a ele um diploma de menção honrosa pelo feito.

Preso? Calma, muita calma nessa hora

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Tem muita gente assanhada e esfregando as mãos para ver Bolsonaro na cadeia. Calma, muita calma nessa hora. Por enquanto o ex-presidente é investigado em 10 processos, mas o Ministério Público ainda não ofereceu denúncia em nenhum. E nem o ministro Alexandre de Moraes está apressando nada. Como constitucionalista experimentado e qualificado que é, Moraes cozinha Bolsonaro em fogo brando, encorpando cada um dos inquéritos com provas que, de tão irrefutáveis, jamais poderão ser questionadas pela defesa quando a eventual prisão preventiva for decretada.

O ministro Moraes, então,  usa com Bolsonaro a tática do “sapo na panela de água fria”.

Se jogarmos um sapo numa panela de água fervente, ele rapidamente pula fora para sobreviver. Mas se a água estiver fria e for sendo aquecida lentamente, o sapo não percebe que está sendo cozido e ali permanece até morrer. Claro que neste caso, trata-se de uma metáfora, que no fim das contas quer dizer exatamente isso: o ex-presidente verá ao cair dentro de uma cela, que foi encarcerado não pela água fervente da panela, mas pela total incapacidade de perceber que estava delinquindo quando tramou o golpe e continua a delinquir quando afronta, dia sim e dia também, o poder Judiciário .