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É mais lenha na fogueira

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Só o policiamento ostensivo, com prisões à granel, não resolve o problema da violência. Pelo contrário, o agrava. O que aconteceu no litoral paulista com a Operação Verão do governador Tarcísio de Freitas, foi uma tragédia, que não leva a lugar nenhum, a não ser a oxigenação da espiral do crime. As forças policiais mataram 52 pessoas, a maioria delinquentes perigosos, mas boa parte foi de pessoas inocentes que pagaram com a vida pelo que não fizeram, como foi o caso da mulher morta com um tiro na cabeça quando aguardava um dos seis filhos sentada no banco de uma praça em Santos. A bala que atingiu Edneia Fernandes partiu da arma de um policial militar.

Operações como aquela acaba tendo apoio da população, que de tão assustada com a violência, passou a achar mesmo que a polícia tem que matar bandido.. Essas ideias populistas contaminaram a sociedade brasileira, principalmente por conta das aulas que são ministradas todos os dias por professores como Datena e Ratinho, para ficar nos dois principais.

Recomeça com 1 a 0 pra ele

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O TRE retoma hoje o julgamento de Sérgio Moro, que teve o voto favorável do relator. Faltam 5 desembargadores para votar no processo que pede a cassação do ex-juiz da Lava Jato, que tentou ser presidente da república pelo Podemos de São Paulo e vendo que não dava pra ele, voltou ao Paraná, já pelo União Brasil, e aqui disputou o Senado. De acordo com a denúncia protocolada pelo PL e uma federação da esquerda liderada pelo PT, Moro gastou uma fortuna para se eleger senador, com boa parte da grana oriunda do fundo partidário.

Só lembrando que a Operação Lava Jato, comandada pelo então juiz da 13ª. Vara Federal de Curitiba, surgiu para combater a corrupção na política brasileira, colocou grandes empresários e líderes partidários , inclusive Lula, na cadeia, mas quebrou as principais construtoras de obras pesadas do país, desempregando  mais de 4 milhões de trabalhadores. E ao prender o então pré-candidato a presidente da república Luís Inácio Lula da Silva, tornando-o inelegível, abriu caminho para o outsider Jair Messias Bolsonaro, de quem Moro acabou ministro da Justiça.

Cassadas honrarias de generais

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O Conselho Universitário da Universidade Federal do Paraná cassou nesta segunda-feira os títulos de “doutor honoris causa” concedidos a três presidentes do regime militar. A distinção máxima de uma universidade é dada a pessoas que deram inequívocas contribuições científicas, intelectuais, acadêmicas, cultural e artística à sociedade. Os membros do COU da UFPR avaliaram, 60 anos depois do golpe, que  Castelo Branco, Costa e Silva e Ernesto Geisel, já falecidos, não eram dignos da honraria.

No banco dos réus

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Vai a júri popular nesta quinta-feira o assassino do petista Marcelo Arruda, morto quando comemorava com amigos e familiares seus 50 anos de idade em Foz do Iguaçu. O criminoso é o bolsonarista Jorge Garanho,  que se irritou ao saber que perto de onde ele estava acontecia uma festa, tendo na decoração o  PT e Lula como temática. O réu é denunciado pelo Ministério Público por homicídio doloso duplamente qualificado, por motivo fútil. É pena máxima na certa.

O Sr. de todos os apetites

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Ricardo Barros mandou dizer em suas redes sociais que não tem nada a ver com o pedido de cassação do mandato de Sérgio Moro, mas que se a cassação vier ele está na área, pronto para disputar a vaga na eventual eleição suplementar. Barros é deputado federal, está secretário da Indústria e Comércio do governador Ratinho Júnior, mas de olho em uma das três cadeiras do Paraná no Senado da República. É fome de poder que não acaba mais.

Moro sai na frente

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Está 1 a 0 pró Sérgio Moro o placar no TRE-Pr, que analisa a cassação do mandato do senador devido a abuso do poder econômico, na pré e na campanha propriamente dita. O voto favorável foi o do próprio relator do processo, Luciano Carrasco Falavinha. O julgamento será retomado amanhã, faltando 5 votos.

A posição do relator foi muito criticada pelos advogados dos partidos que entraram com a ação, começando por Bruno Cristaldi,  do PL: “O voto do relator foi bastante complacente num ponto muito delicado, onde ele desconsiderou os gastos de uma campanha presidencial, como se fossem gastos que pudessem ser não computados por um abuso de poder econômico. Isso abre um precedente perigosíssimo de pessoas se candidatarem para um cargo com teto de campanha muito maior, sabendo que podem fazer um gasto que não vai ser computado por uma campanha seguinte”,

O advogado do PT, Luiz Eduardo Peccinin, foi mais incisivo: “Foi um voto que, para nós, é bastante equivocado em várias premissas. Eu acho que acaba aceitando muitas desculpas do Moro para apagar o caminhão de dinheiro que injetou na sua pré-campanha”. Só lembrando que Deltan Dallagnol foi absolvido por 6 a 0 no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná e no TSE teve seu mandato de deoutado federal cassado por unanimidade.

Objeto da cobiça

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Enquanto o julgamento de Sérgio Moro ocorre no TRE do Paraná, alguns políticos já se movimentam de olho na vaga que a eventual cassação  abrirá no Senado. Entre esses políticos está o maringaense Ricardo Barros que, de acordo com Celso Nascimento do blog Contraponto, há dias trabalha “na miúda” para conquistar apoio. A possibilidade do ex-juiz ter seu mandato cassado por conta de caixa 2 na campanha que o elegeu em 2022 é muito grande. A sua vaga é mais cobiçada do que foi outrora a garota de Ipanema.

Ignorar celebrações, mas sem apagar a página

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Há 60 anos a frágil democracia brasileira sofreu um duro golpe, que a deixaria agonizando por duas décadas. Foi, entre tantos, o golpe mais nefasto da nossa história. Os militares e a elite conservadora do país começaram a se assanhar com a renúncia de Jânio Quadros , 7 meses depois de assumir a presidência da república em 1961. Os militares fizeram o diabo e mais um pouco para evitar a posse do vice João Goulart, que quase teve abatido no espaço aéreo brasileiro o avião em que voltava de uma viagem oficial à China.

Jango tomou posse, mas num primeiro momento teve que se submeter a um parlamentarismo feito nas coxas. O segundo momento foi o trágico golpe, que descaradamente se chamou de revolução. O resto todo mundo sabe, é uma página negra da nossa história, que não pode ser apagada, até porque este é um fantasma que não pára de nos assombrar.

A bola está nos pés do TRE

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Senador Sérgio Moro (União-PR) 23/02/2023 REUTERS/Alexandre Meneghini

Os adversários esfregam as mãos e Moro está com o cu na mão. O julgamento do mandado de senador do “Marreco de Maringá” será na semana entrante pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Se for cassado, Sérgio Moro recorrerá ao TSE mas com chances mínimas de reverter a decisão. Se não for cassado, a possibilidade de cair no Tribunal Superior Eleitoral será grande. Seguindo a linha do SE: se for cassado, Moro morre politicamente. Se mantiver o mandado, se fortalece e será candidato forte ao governo do Paraná em 2024. Bem, depois de ter Ratinho Júnior como governador, ter um Moro não é nada impossível.

Pragmático e previsível

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Informa Leandro Mazzini em sua coluna na revista Isto É que o deputado licenciado Ricardo Barros tomou café dia desses do Palácio da Alvorada com o presidente Lula. Barris e secretário de Ratinho Jr e segundo especulações, estaria tentando uma aproximação do governador do Paraná com o Palácio do Planalto.

Faz sentido: Barros, todo mundo sabe, está sempre do lado do poder, seja o presidente quem foz, de que matiz ideológico for. Até o final do governo Bolsonaro foi líder do inelegível na Câmara Federal. Antes tinha sido vice líder de Fernando Henrique, vice líder do próprio Lula, da Dilma e ministro de Temer. Agora trabalha para voltar para os braços do petista, ainda que seja esconjurado pelos bolsonaristas. Esse é o Ricardo Barros, que um dia Andre Vargas, então deputado federal do PT, apelidou de Leitão Vesgo”.