Início Geral Página 92

Geral

Só pelo voto a Venezuela pode resgatar “Punto Fijo”

0

Até Hugo Chaves vencer Carlos Andres Perez nas urnas, após duas tentativas frustradas de golpe, a Venezuela caminhava para a modernização econômica , sob o respaldo do Pacto de Punto Fijo, que durou exatos 40 anos. Reconheça-se que Chaves conseguiu, meio que na valentona, frear o processo de  mericanização de suas reservas petrolíferas, que nada ficam a dever para a Arábia Saudita. Mas enfraqueceu a até então sólida democracia venezuelana, que ficou ainda mais capenga após a  morte de Chaves e a ascensão de Nicolás Maduro.  

Com Maduro, o quadro econômico e social da Venezuela se degradou, e desde então o povo venezuelano vem comendo o pão que o diabo amassou. Mas, enfim, chegou o momento do mundo civilizado usar seu poder de pressão para evitar que Maduro aplique mais um golpe dentro dos golpes que vem dando desde que assumiu a presidência, sempre com um discurso hipócrita de apreço pela democracia.

Maduro fez tudo para tirar do pleito desse ano  a sua principal opositora do momento,  María Corina Machado, declarada inelegível. Mas não parou por aí: manobrou para inviabilizar também  a substituta , outra  Corina, a  Yoris. , excluída do pleito após denúncias de bloqueios no sistema de inscrição. Por isso e por muito mais, é que o eleitorado venezuelano precisa mandar de volta pra casa (ou pra cadeia) o ditadorzinho de meia pataca, dando em  julho próximo o primeiro passo para a restauração da democracia  plena,  construída através do pacto  de 1958.

Destamparam o bueiro

1

Marcelo Freixo, que há anos é ameaçado pelas milícias, por causa da sua atuação como deputado estadual e depois federal, disse que a descoberta dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco abriu a tampa do bueiro onde líderes do crime organizado do Rio de Janeiro se escondia do Código Penal.

Dessa forma,  o castelo de cartas das milícias cariocas começou a ruir e as tramas e  conexões do mundo do crime com a política carioca vai aos poucos sendo colocadas sob os holofotes do país. Uma coisa é certa : não há como negar o notório envolvimento do clã Bolsonaro com milicianos, que disputam com o narcotráfico o ranking das execuções sumárias de pessoas , que de alguma forma, atravessam o caminho dos criminosos. O desenrolar do novelo , que não permite o fim das investigações , ainda vai trazer muitas surpresas. Quem viver, verá.

A lacração de uma esquerda burra

3

Não bastasse os de direita agora surgem com  força nauseante  os lacradores de esquerda. Depois das duras críticas porque Lula não nomeou uma mulher, de preferência negra, para o STF,  ele foi chamado de machista e racista. Nomeou Flávio dino, porque no atual momento, Dino era o cara a ocupar aquela vaga, pelo reconhecido saber jurídico, coragem  e capacidade intelectual para qualquer tipo de embate ou enfrentamento.

Como diz o jornalista Eduardo Guimarães, esses críticos que se dizem do campo progressista, ignoraram a história de  Lula, que elegeu uma mulher presidente e nos seus três governos priorizou a qualificação técnica e política e não o sexo, a cor ou a religião para os cargos que só a ele é dado o direito e a responsabilidade de preencher. Agora, às véspera do país completar  60 anos  do  mais duro golpe  que a sua democracia sofreu, Lula decidiu, de forma estratégica, não cutucar a ferida e distensionar a relação Governo-Forças Armadas.

Tudo isso porque é preciso combater com inteligência a polarização nefasta que o bolsonarismo impôs ao Brasil a partir da sua eleição em 2018. O ano de 1964 não deve ser esquecido, mas cutucar essa ferida em ambiente tão tóxico como o atual, é colocar azeitona na empada da extrema-direita e da besta fascista que não parou de relinchar. Lula já mostrou do que é capaz quando o assunto é jogo de cintura. Por isso, a democracia, que é sólida, mas balançou em 8 de janeiro de 2023, agradece.

Nada mais justo

0

É paranaense o médico que realizou com sucesso o primeiro transplante de rim de porco em um humano. Dr. Leonardo Riella, que comandou a cirurgia histórica nos Estados Unidos , se formou na Universidade Federal do Paraná. A Assembleia Legislativa deve conferir a ele um diploma de menção honrosa pelo feito.

Preso? Calma, muita calma nessa hora

4

Tem muita gente assanhada e esfregando as mãos para ver Bolsonaro na cadeia. Calma, muita calma nessa hora. Por enquanto o ex-presidente é investigado em 10 processos, mas o Ministério Público ainda não ofereceu denúncia em nenhum. E nem o ministro Alexandre de Moraes está apressando nada. Como constitucionalista experimentado e qualificado que é, Moraes cozinha Bolsonaro em fogo brando, encorpando cada um dos inquéritos com provas que, de tão irrefutáveis, jamais poderão ser questionadas pela defesa quando a eventual prisão preventiva for decretada.

O ministro Moraes, então,  usa com Bolsonaro a tática do “sapo na panela de água fria”.

Se jogarmos um sapo numa panela de água fervente, ele rapidamente pula fora para sobreviver. Mas se a água estiver fria e for sendo aquecida lentamente, o sapo não percebe que está sendo cozido e ali permanece até morrer. Claro que neste caso, trata-se de uma metáfora, que no fim das contas quer dizer exatamente isso: o ex-presidente verá ao cair dentro de uma cela, que foi encarcerado não pela água fervente da panela, mas pela total incapacidade de perceber que estava delinquindo quando tramou o golpe e continua a delinquir quando afronta, dia sim e dia também, o poder Judiciário .

Sai o pai, fica o filho

2

Roberto Requião saiu do PT, onde foi preterido para a diretoria geral da Itaipu. Além disso tem feito críticas duras ao governo Lula e tido algumas rusgas  com comando estadual do partido, dominado aqui pela deputada Gleisi Hoffman. Mas não se iludam: Requião continua um homem de esquerda, ácido em suas críticas ao neoliberalismo e cada vez mais sem paciência com a direita. Quanto ao seu filho, deputado estadual, ele continuará no PT, visto que sem janela partidária e sem cartas de liberação, correria o risco de perder o mandato na Assembleia Legislativa. Reconheça-se que Requião Filho é um bom quadro da esquerda paranaense.

Deu no jornalão americano

4

Não foi nenhum “esquerdopata” que disse que Bolsonaro ficou dois dias na embaixada húngara com a intenção clara de preparar um pedido de asilo, foi o New York Times, um dos principais jornais do mundo. O ex-presidente brasileiro ficou mui amigo do primeiro-ministro da Hungria Viktor Orbán, um dos principais expoentes da direita radical no planeta. Ocorre que Bolsonaro esta na mira telescópica da Justiça, costeando o alambrado da Papuda. E qualquer Tiririca da vida deduziria que ele está preparando uma fuga do país. Como diria Pinga Fogo: “o home ia vazar na massaroba”

Será que continua sendo, deputado ?

0

O relator da CCJ da Câmara Federal votou pela manutenção do deputado Chico Brazão na cadeia. Ele e o irmão Domingos são acusados de mandar matar a vereadora Marielle Franco. Mas parlamentares bolsonaristas pediram vista e outros defenderam o relaxamento da prisão, Diante da repercussão e da certeza de que ficar ao lado do colega  pode render muitas críticas e reação do eleitorado, principalmente feminino, o maringaense sargento Fahur defende que a bancada bolsonarista se feche em bloco para votar pela cassação e evitar desgastes que seriam inevitáveis. Essa posição de Fahur foi publicada no Correio Braziliense. Mas tenho uma curiosidade: será que em relação ao parlamentar preso, Fahur defende com a mesma ênfase que “bandido bom é bandido morto?”.

Fora, Troiano!

0

A OAB emitiu nota de repúdio aos atos de corrupção envolvendo o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná ao mesmo temo em que exige sua renúncia imediata do cargo. A nota, claro, agradou a gregos, mas deixou muito puto o Troiano. Né, Ademar?

Silvio e seu calcanhar de Aquiles

0

Silvio Barros II foi entrevistado numa live do blog Paçoca com Cebola, do colega londrinense Claudio Osti. E com sua facilidade enorme de se expressar,  saiu-se muito bem das perguntas, algumas até embaraçosas. Mas, apesar da sua habilidade com as palavras, não conseguiu driblar uma contradição, que por certo o acompanha desde a sua primeira gestão à frente do executivo maringaense. Foi quando começou a discorrer sobre a questão do lixo. A despeito de manifestar seu desejo de transformar Maringá numa cidade “lixo zero” e admitir que enterrar lixo é um atraso, patinou e omitiu fatos, quando se queixou da reação que enfrentou com seu projeto de incineração do lixo coletado nas ruas da cidade.

Ele não se referiu diretamente à usina que queria implementar e colocou as reações contrárias como fruto de manifestações politicas. Entre os setores contrários à usina estava a Igreja Católica, que chegou a distribuir nas missas exemplares de um tabloide que denunciava o projeto poluidor. Mas, se estiver realmente sendo sincero, Silvio  não voltaria com uma ideia maluca como esta, caso seja eleito para suceder Ulisses Maia. Até porque, ele estaria desconstruindo seu status de defensor da sustentabilidade.