Já está pronto o livro biográfico do ex-senador Álvaro Dias, contemplado recentemente com seu rosto tatuado nas costas do ex-colega de parlamento Jorge Kajuru. O autor do livro é o jornalista Luis Antônio Pedrialli, que já havia escrito as biografias dos ex-prefeitos de Londrina Dalto Paranaguá, Hosken de Novaes e Wilson Moreira. Pedrialli tem um texto muito envolvente. E por menos interessante que seja o biografado vale a pena ler Pedrialli.
Afinal, de quem é essa vaga?
O PL já soltava foguetes para comemorar a conquista da vaga de Deltan Dellagnol na Câmara Federal, quando veio Dias Toffoli e botou água no seu chopp do partido de Waldemar Costa Neto. O suplente Iatmar Paim já tinha encomendado o terno da posse mas o ministro do STF anulou liminarmente a decisão do TRE do Paraná e considerou que o substituto do deputado cassado deve ser do Podemos. Quem comemora dessa vez é Luiz Carlos Haully, de Londrina, deputado de vários mandatos mas que ficou na suplência em 2022. Nada significa que sua vitória não seja também de Pirro, pela simples razão de que a decisão foi monocrática e o julgamento de mérito da ação ainda está por vir.
Parece simples. Mas só parece
Muita gente que pára de carro na área do estacionamento regulamentado não entendeu ainda nadica de nada sobre o uso do aplicativo para ocupar as vagas disponíveis. Com dificuldade para encontrar um agente do Estar, o motorista deixa o carro na cega, sem saber se estará multado quando retornar. Faltou na verdade a Prefeitura esclarecer melhor as coisas e pelo menos, adotar um período de transição para que a população se adaptasse à nova situação. Parece simples para quem domina bem a tecnologia do celular. Esse não é o meu caso e nem o de um número muito grande de pessoas. Está complicado, seu Purpur.
A batata dele está na air fryer
O ministro Dias Toffoli, do STF, suspendeu todas as ações judiciais contra Tony Garcia, que aguardavam julgamento na 13ª. Vara Federal de Curitiba. Garcia delatou Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato, por fazerem dele uma espécie de “agente infiltrado” em diversas esferas sociais e políticas, para levantar provas e evidências – mais evidências do que provas – contra políticos e empresários da construção civil que a “República de Curitiba” queria colocar na cadeia. A PGR reconheceu a gravidade das acusações de Tony Garcia e reafirmou a competência do Supremo para apurar os fatos, uma vez que Moro é senador. Resumo da ópera: Sérgio Moro dificilmente escapa da cassação.
Podemos x PL
O TRE do Paraná destinou a vaga do deputado cassado Deltan Dallagnol para Itamar Paim, do Partido Liberal. O Podemos acha que a vaga é sua e deve ser assumida pelo londrinense Luiz Carlos Haully, que já foi deputado federal de vários mandatos. A briga vai para o STF, onde Dallagnol também esperneia querendo que a suprema corte anule a decisão do TSE.
O juiz Appio está de volta
Tá na revista Forum que acabou a correição do Conselho Nacional de Justiça no TRF4 e que o juiz Eduardo Appio vai voltar à titularidade na 13ª. Vara Federal de Curitiba. Ele foi afastado depois de ser tornada pública uma mensagem supostamente do magistrado enviada ao filho do desembargador Marcelo Malucelli com ameaças. A perícia provou que a voz não era de Appio, o juiz que trouxe de volta à cena da Lava Jato o advogado Tacla Duran, algoz de Sérgio Moro. Duran fugiu para a Espanha e de lá denunciou Moro de tentar extorqui-lo em U$ 5 milhões. Se sair a CPI da Lava Jato Duran n será peça chave, a exemplo de Tony Garcia, que em entrevistas à Veja e à TV 247 detonou a chamada “República de Curitiba”.
A diferença está no jeito de andar…
Eu sempre achei que o instituto da emenda parlamentar é uma das maiores excrescência da relação Congresso Nacional-Presidência da República. Se já era imoral aquele tipo de emenda individual que transforma o deputado em mero despachante , imagine agora que esse instrumento de chantagem foi aperfeiçoado, por meio das chamadas emendas do relator (via orçamento secreto) e das famigeradas emendas impositivas (aquelas que botam a faca no pescoço do presidente na base do “ou paga ou tá ferrado”).
O presidente da república só tem como se contrapor a essa prática deletéria se tiver uma base de sustentação muito sólida na Câmara e no Senado, ainda que para isso tenha que negociar com habilidade e que nessas negociações saiba perder os anéis para preservar os dedos. Bolsonaro se entregou de corpo e alma ao Centrão, abdicando do direito de governar, que trocou pelo cercadinho, pelas motociatas e claro, pelas sinecuras.
Dilma tentou bater de frente e sem jogo de cintura, foi colocada numa camisa força por Eduardo Cunha e acabou sendo impichada. Com Lula é um pouco diferente, mas é bom lembrar que a única diferença do atual presidente da Câmara , Arthur Lira, para o ex Eduardo Cunha é só o jeito de andar.
Eis aí o amigo Frambel
Amigos comuns tem me perguntado e eu também me perguntava: “Por onde anda e como está Frambel de Carvalho?”. Hoje, o Rigon postou uma foto atual de uma das mais belas vozes do rádio maringaenses em todos os tempos. Frambel também fez sucesso na Rádio Globo de São Paulo, como locutor . Aqui, trabalhou em rádios AM, gravou muitos comerciais de TV, foi apresentador dos programas do PT na eleição do saudoso Zé Cláudio e se notabilizou-se também como um grande compositor. É de sua autoria o hino do Grêmio de Esportes Maringá e foi ele o vencedor do primeiro Femucic. Fico imensamente feliz em saber que o amigo Frambel, por quem sempre tive uma grande admiração, está bem. Pena que ele sumiu de cena, virou prisioneiro de si mesmo e não deu mais aos amigos chegados, como eu, o prazer de uma boa prosa.
Seria a Lava Jato caso de CPI?
Tony Garcia detona Moro e Moro detona Tony Garcia. O ex-genro de Ney Braga disse à revista Veja coisas do tipo: “Gravei o ex-governador Beto Richa, preso em 2018, e outras autoridades da República, a mando de Moro e de procuradores da operação Lava Jato. As provas clandestinas eram produzidas em troca de promessas de benefícios na Justiça e eu era obrigado a omitir de meus advogados a parceria ilegal”.
O ex-juiz e hoje senador Sérgio Moro, reagiu, assim , segundo a coluna Radar , da Veja: “Tony Garcia é um criminoso que foi condenado, com trânsito em julgado, por fraude e apropriação indébita. A pedido do Ministério Público e com supervisão da Polícia Federal, resolveu colaborar com a Justiça em investigação de esquemas de tráfico de influência e corrupção, ocasião na qual foi autorizado a gravar seus cúmplices. Este tipo de diligência é autorizada pela lei”.
Mas Garcia não baixou o tom após essa declaração de Moro. Pelo contrário, ao jornalista Joaquim de Carvalho, da TV 247, desfiou um rosário de acusações gravíssimas contra Moro, citando fatos e dando detalhes das ações da “República de Curitiba”, transformada segundo ele numa espécie de Guantánamo brasileira.
Não importa quem é Tony Garcia, o fato é que as acusações que ele faz são graves, tão ou mais graves do que as de Tacla Duran. Senão por isso, mas principalmente por isso, a Lava Jato já está merecendo uma CPI, embora a atual legislatura do Congresso Nacional já esteja banalizando o instituto das comissões parlamentares de inquérito (vide CPI do MST, que foi criada para esvaziar a do golpe de 8 de janeiro e garantir picadeiro para a bancada ruralista).
Filosofando
Acreditem,estão jogando tanta merda no ventilador de Moro, que logo a “porva vai garrá fedê”.




