Em áudio enviado ao humorista Paulo Souza, do canal Hipócritas no Youtube, o então presidente Bolsonaro disse, no dia 13 de dezembro: “Estou fodido. Mas não se preocupe, vai dar certo e a gente não vai morrer na praia”. Bolsonaro pediu para seu aliado não passar  isso pra frente e Paulo Soza se justificou perante  o seu grupo de whatsApp: “Quisera eu poder falar o que eu sei. Mas eu só falo o seguinte: Nós vamos vencer! Não podemos dar mais detalhes porque comprometem a pessoa que não pode se expor nesse nível, entendem? Mas vamos vencer, é isso que eu posso dizer, e o Ladrão (Lula) não vai subir a rampa, não!”.

A propósito, vale a pena relembrar alguns  fatos, que não são fakes, porque ocorreram de fato e já fazem parte de um dos mais tristes períodos da nossa aparentemente frágil, mas sólida democracia:

Um dia antes da troca de mensagens,  mais precisamente em 12 de dezembro,  o centro de Brasília havia passado por um verdadeiro clima de guerra e vandalismo, com quebra quebra-quebra e incêndio provocados em automóveis e  ônibus. Dia 24, véspera do Natal,  foi encontrada uma bomba relógio embaixo de um caminhão tanque com 60 mil litros de querosene de aviação, pronta pra explodir no terminal de combustíveis do aeroporto da capital. As manifestações de inconformismo com a derrota continuaram por meio de concentrações em frente a quartéis do Exército em todo o país, até que dia 8 de janeiro, com Lula já empossado, ocorreu aquele triste fato histórico da invasão das sedes dos três poderes.

Porque lembro esses fatos? Porque está cada vez mais claro que houve sim uma tentativa de golpe de estado, liderada pelo ex-presidente, que tal qual Trump nos Estados Unidos, não queria entregar o poder, ainda que fosse preciso promover um banho de sangue no país. A casa já estava caindo e as prisões de Anderson Torres e agora do ajudante de ordem do ex-presidente, vai acabar desabando mais cedo do que se imagina.

O jornalismo da RPC passou esta semana   por um momento de grande constrangimento,  que deixou apresentador e repórter  no vídeo com cara de criança cagada. Aconteceu o seguinte, segundo matéria da revista  Carta Capital, que acusa a afiliada da Globo no Paraná de alterar reportagem por causa de trecho crítico protagonizado por uma entrevistada. O repórter estava entrevistando pessoas que tinham ido comprar ingresso para o show da banda americana Foo Fighters. Uma entrevistada comemorou :“Agora tenho o ingresso garantido. E hoje é um dia muito importante para o fã de Foo Fighters porque teremos aí os ingresso na mão e talvez até o Bolsonaro preso, né”.

Se fosse matéria editada, a entrevista teria sido cortada na edição. Mas era uma entrada ao vivo e aí não tinha como executar o corte. Imediatamente o editor do telejornal escreveu um editorial curtinho  contra a opinião da entrevistada. “Esse não é espaço  para este tipo de manifestação”, disse o apresentador. A reportagem foi para a plataforma streaming Globoplay já alterada e com um aviso:. “Esta edição foi modificada em sua versão web”.

O site WikiLeaks vazou documentos secretos do exército americano, o acusando de  crimes de guerra, por matar milhares de civis na guerra do Afeganistão. Parte dos 92 mil documentos secretos foram parar nas redações de grandes jornais da Europa e dos Estados Unidos, entre os quais The New York Time, The Guardian e Der Spiegel, que  divulgaram os massacres contra o povo afegão, trazido à tona pelo WikiLeaks, cujo fundador, o jornalista Julian Assange, está preso em Londres desde 2919.

Assange foi esquecido pelos grandes jornais e portais de notícias do mundo todo e condenado a apodrecer numa masmorra inglesa, cuja justiça, ao se solidarizar com o Pentágono , jogou todos os manuais de direitos humanos e de liberdade de expressão na lata do lixo. Pois não é que o presidente do Brasil, que foi ao Reino Unido para a coroação de Charles III como Rei do Império Britânico, chegou  lá e levantou a tampa dessa lata? Lula balançou o coreto ao declarar:

“Eu acho uma vergonha. É uma vergonha que o Assange, um jornalista que denunciou falcatruas de um Estado contra os outros, esteja preso, condenado a morrer na cadeia, e a gente não faça nada para libertá-lo. É um negócio maluco, a gente que briga e fala em liberdade de expressão, e o cara está preso porque denunciou as falcatruas. E a imprensa não se mexe na defesa desse jornalista, eu sinceramente não consigo entender”.

“ Os preços na Expoingá tá parecendo aquela história da carne banhada a ouro que o Ronaldo comeu em Doha no Qatar na Copa do Mudo. Talvez seja porque os Sheik da Sociedade Rural pensam que Maringá é Dubai, Doha, Dallas sei lá”.

Humberto Boaventura (advogado)

O presidente do Congresso Nacional é o senador Rodrigo Pacheco mas quem faz e acontece no parlamento brasileiro é o alagoano Arthur Lira. O poder de Lira, conquistado através da sua capacidade de articulação e manipulação dos seus “nobres pares” é quase de um soberano. Comandando o centrão  e sempre brandindo a caneta das emendas parlamentares, uma excrescência, o presidente  da Câmara dos Deputados  provoca um verdadeiro aleijão no equilíbrio dos poderes. Ele botava a faca no pescoço de Bolsonaro , que se submetia e afrouxava a tanga . Com  Lula o buraco é mais embaixo, mas há um buraco. Assim como foi Eduardo Cunha, Lira não deixa de ser também um câncer da política brasileira.

Ele não é candidato, e nem tem sido, mas já restou provado sua participação em campanhas como financiador ilegal de propagandas eleitorais via redes sociais. Pra isso, usou a estrutura e funcionários das Lojas Havan, desiquilibrando o pleito e prejudicando candidatos adversários de seus preferidos, caso do presidente Bolsonaro. Por conta disso, Luciano Hang, o homem que se veste de periquito, teve seus direitos políticos suspensos por 8 anos pelo TSE.

Três deputados paranaenses votaram contra o projeto de lei que prevê igualdade salarial entre mulheres e homens que exercem a mesma função em empresas privadas. A proposta do governo Lula passou pela Câmara Federal com a aprovação de 325 deputados. Só 36 votaram contra, entre os quais,  Deltan Dallagnol, Rosângela Moro e o maringaense Sargento Fahur.