Início Site Página 181

O seguinte é esse…

0

A valorização da norma culta, do uso do português clássico, aquela norma  da academia, é importante sim, mas as novas formas gramaticais não podem entrar no terreno da proibição, como ocorreu em Rondônia com a linguagem neutra. O STF fez muito bem em declarar inconstitucional a lei estadual que proibia esta nova forma de se expressar. Agora está liberado,  mesmo em ambientes formais, o uso dos artigos masculino e feminino por um “x”, por um “e” ou por @ contidos na linguagem neutra, afinal de contas, um fenômeno social, político e linguístico das lutas indenitárias do nosso tempo. Só não vale é passar uma borracha sobre a língua de Camões, que por meio de Os Lusíadas legou ao nosso país o que o doutor em estudos literários da Unesp, professor Emerson Calil Rossete,  classifica como “ maioridade e  identidade poética da língua portuguesa”.

Moro toma invertida

4

O jornalista americano Glenn Greenwald , ex-editor do portal The Intercept, venceu na Justiça uma ação movida contra ele por Sergio Moro. O tribunal reconheceu o direito que Glenn tem de chamar, como já chamou tantas vezes, o ex-Senhor Lava Jato de “juiz corrupto”. A informação é da Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.

O diálogo ou a guerra. Amém, irmão!

6

A bancada evangélica no Congresso estuda que posição tomar ante o governo Lula, teoricamente (só teoricamente) de esquerda. Alguns parlamentares pastores defendem uma aproximação e o diálogo, enquanto outros acham que tem que ir para o enfrentamento, para a guerra mesmo, em nome da ultra direita belicosa. Isso porque eles sempre falam e articulam com a Bíblia na mão, mas como verdadeiros vendilhões do templo.

Uma reflexão dolorosa mas necessária

0

O poder político é para a maioria dos políticos a extensão da sua casa e do seu patrimônio. Isso explica, em certa medida, o comportamento de candidatos eleitos quando eles estão lá, sentados nas cadeiras do executivo e do legislativo,  não importa em que instância seja. Isso está diretamente ligado à cultura do patrimonialismo, um fenômeno sociopolítico que remonta ao período colonial.

 Mas como romper com essa cultura do levar vantagem e do político tradicional se refestelar com o erário, na maior sem cerimônia? Não adianta achar que com Pedro aqui, com João Lá ou Chico acolá, a coisa será diferente, porque não será. Dependendo mais da ideologia do que do caráter de cada liderança, o fato concreto é que a pouca vergonha torna-se às vezes minimizada, mas nunca cessada. Normalmente o eleitor manifesta sua indignação a cada escândalo pontual de corrupção, mas na hora do voto  ele acaba, consciente ou inconscientemente, convalidando a prática que mais adiante lhe trará repulsa.

O que fazer, então, para que haja uma ruptura no patrimonialismo estrutural, que parece marca registrada do nosso país e mais ainda, do nosso tempo? Não há receita pronta, mas  é passada a hora da sociedade, cientistas sociais à frente, se debruçar sobre esse tema e encontrar saídas para guiar as futuras gerações, porque essa já não tem mais conserto. Infeliz e desgraçadamente.

A didática de violência de classe

0

Tudo bem que o material de apoio aos professores foi elaborado na gestão passada do governador Ratinho Júnior , pelo então secretário da Educação Renato Feder, hoje servindo ao governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo. Feder, vamos lembrar, tinha um projeto de privatização do ensino público do Estado, com o qual Júnior concordava em gênero, número e grau.

O material denunciado hoje em matéria do portal UOL, estava no contexto da entrega da escola pública do Paraná para o capital privado.

Tá lá na disciplina de educação financeira: “Pessoa de mentalidade rica leva sério o dinheiro e pessoa de mentalidade pobre não leva a sério nem a matemática básica”. A APP Sindicato, como era de se esperar, reagiu, dizendo que o material expressa claramente e violência de classe, na medida em que responsabiliza o pobre pela sua pobreza. Imagine como isso cairia na cabeça das crianças. É um acinte.

Na mira da Comissão de Ética

9

O ministro Flávio Dino, da Justiça, atuou por muito tempo como juiz federal e deixou a magistratura para entrar na política, elegendo-se duas vezes governo do Maranhão e em 2022 para o Senado. Escolhido por Lula para ser ministro da justiça, Dino tem se destacado no enfrentamento ao garimpo ilegal na reserva Yanomami, aos golpistas que protagonizaram aquela barbárie do dia 8 de janeiro e também no combate ao discurso de ódio e da violência , materializado, sobretudo, na liberação descontrolada do porte e da posse de armas durante o governo Bolsonaro.

Dino é atacado constantemente pelos bolsonaristas que preferiam um banho de sangue em Brasília a ver Lula no Palácio do Planalto. Um dos inconformados com a política de desarmamento no país é o deputado federal Sargento Fahur, que pode ter problemas no Conselho de Ética da Câmara. Esta semana, dirigindo-se com muito ódio ao Ministro da Justiça, o parlamentar maringaense desafiou: “Flávio Dino, vem buscar minha arma, seu merda!”. A falta de decoro pode lhe custar o mandato.

Teoria da terra plana

0

Bolsonaro e Michelle estão no alto de uma montanha russa no Magic Kingdom, em Orlando. Jair diz:
– Um dia, quero fazer o Brasil feliz.
Michelle sugere:
– Então pule.

. Carlos Castelo

Quando o gato vira “gato”

0

Um amigo meu andava todo prosa porque conseguiu a preço de banana baixar um aplicativo na sua TV e ter a disposição uma pá de canais a cabo, inclusive  os que mostram jogos do seu time do coração via  Pay per view, que em bom português é “ pagar pra ver”. Aí vem a Anatel e anuncia o corte do barato. Ele não tá bravo, apenas frustrado com o seu gato, que estava mais pra lebre do que pra net.

Melidicência

0

Frase ouvida nos corredores do Congresso sobre um senador do Paraná: : “Ele odeia o ladrão, mas ama o produto do roubo”.

Um choque de realidade

0

A Light , companhia energética do Rio está mais quebrada do que arroz de terceira. Foi privatizada mas já avisou que não tem caixa para sustentar suas operações. E sabe quem é o acionista majoritário da estatal que virou privada? Ninguém menos de que Beto Sucupira, aquele integrante do trio parada dura que protagoniza o escândalo das Lojas Americanas. A situação da Light enche o presidente Lula de razão quando ele defende a reestatização da Eletrobras. E por óbvio, deixa o governador Ratinho Júnior, que trabalha a privatização da Copel, com a pulga atrás da orelha. Na verdade