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Depois de 37 anos

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Foi-se o tempo em que os veículos de comunicação, inclusive a TV, preservavam os seus bons profissionais, sempre disputados pelos concorrentes. Repórteres, redatores e editores, eram tidos como patrimônio da casa e os empregadores, como foi o caso do seu João Milanês na Folha de Londrina e do próprio Roberto Marinho na Globo, só admitiam ficar sem eles quando os mesmos se aposentassem.

Mas isso é passado, as empresas de comunicação hoje tem  seus profissionais, por mais qualificados que sejam, como produtos facilmente descartáveis. É o caso que se vê agora, da pequena grande mulher Solange Riuzim, demitida da RPC de Maringá após 37 anos de bons serviços prestados. Solange era sim uma referência da reportagem televisiva de nossa cidade e quanto mais o tempo passava melhor ela ficava. Por que foi demitida? Não sei, mas não deve ser diferente do que tem acontecido com tantos patrimônios das grandes redes e dos grandes jornais brasileiros.

O argumento é sempre redução de custos, na lógica de que, com o salário de um funcionário antigo dá pra contratar três ou quatro novatos. Resumo da ópera: esse argumento escroto está na origem da queda sistemática de qualidade que se verifica faz tempo no jornalismo brasileiro.

Aliás, vale a observação de que nesses tempos de fake news , nunca foi tão necessário à democracia  em geral e ao jornalismo em particular, os bons profissionais de comunicação. Minha solidariedade à colega  Solange, com quem tive o prazer de trabalhar como editor na TV Cultura (hoje RPC), a qual  está, desde sempre, amolando o facão do corte , não de gastos, mas de cabeças.

Absurdo, para dizer o mínimo

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O anteprojeto que pretende exigir atestado de antecedentes de profissionais da educação municipal a cada 9 meses, apresentado pela  vereadora de primeiro mandato Giselle Bianchini , é afrontoso à dignidade do professor. Se transformado em lei colocaria Maringá na vanguarda do reacionarismo. E de quebra, serviria como correia de transmissão do ódio ideológico que tanto mal tem feito à sociedade brasileira nos últimos seis anos. Estando a mesa executiva   pautada pelo bom senso, mandará a proposta direto para o arquivo morto da Câmara Municipal. Tenho dito.

Cadê o jipe Eduardo?

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Nunca é demais lembrar que numa palestra em Cascavel no dia 9 de julho de 2018 , Eduardo Bolsonaro disse que bastaria um jipe e dois soldados para fechar o STF. Hoje ele se diz com medo de ser preso por Alexandre de Moraes, que nem autorizou a apreensão do seu passaporte, e mesmo assim, tá se cagando. Por isso , fugiu para os Estados Unidos e certamente vai, de lá, falar mal do Brasil. O pai já está sendo aconselhado a vazar na massaroba, antes que seja preso.

Lula, o imposto de renda e os anéis

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A isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil pode atender pelo nome de justiça fiscal. Mas a elite vai chiar, a classe média idem e muitos beneficiados, que estão na parte de baixo da pirâmide, certamente engrossarão o coro dos descontentes, pela simples razão  de que raciocinam com a cabeça e o coração de quem está por cima. Sim, falta de consciência de classe, porque é desse jeito que a banda toca numa sociedade complexa e cheia de contradições como a brasileira.

Por óbvio, a isenção vai causar um buraco nas finanças públicas, mas o estado tem como recompor isso, em nome, claro, da justiça social. Logo, a renúncia fiscal não é prejuízo, é investimento na melhoria do poder de compra de quem labora e vê parte dos seus proventos parar na boca do leão da Receita Federal. O presidente Lula quer corrigir a distorção histórica , cumprindo uma promessa de campanha. Para viabilizar a aprovação do projeto, que deverá enviar  esta semana ao Congresso Nacional, terá que negociar muito com as lideranças partidárias e certamente, entregar alguns anéis para preservar os dedos.

Uma refrescada na memória nacional

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Estava devendo pra mim mesmo e hoje paguei a conta: assisti ao filme Ainda Estou Aqui, primeiro longa-metragem brasileiro a ganhar um Oscar. Através de Eunice Paiva, magistralmente interpretada por Fernanda Torres, o Brasil que ainda adormece sobre as atrocidades da ditatura militar, está sendo despertado da letargia. E de uma forma  diferente, sem vociferação, mas com arte e muita sutileza. O filme dirigido por Walter Salles registrou 97% de aprovação do público. Os 3% que o rejeitam são ultradireitistas, a maioria bolsonaristas que forma a turma da lacração. Com muitos prêmios internacionais , Ainda Estou Aqui, mostra um exemplo de família unida, na alegria e na dor provocada pela truculência de um regime de exceção”. O Brasil civilizado, penhoradamente agradece,  a Sales, a Fernanda, a Selton e sobretudo a Marcelo Paiva, filho de Rubens e escritor talentoso.

Olho no lance!!!

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É preciso que prestemos atenção ao alerta do experiente jurista Alfredo Attié, sobre os riscos de uma possível impunidade de Bolsonaro. Ele destaca a explosão de uma bomba caseira num terminal de ônibus em Pinheiros (SP), como reflexo da capacidade da extrema-direita de agir com violência e de forma descontrolada. A impunidade dos golpistas e sobretudo do líder deles, alimenta cada vez mais o sentimento de ódio, que pode terminar de forma muito trágica para o Brasil. Dito isso, que as instituições fiquem atentas aos acontecimentos desse domingo em Copacabana, quando se anuncia uma grande concentração popular para gritar pela anistia, sobretudo dele, o pivô de tudo o que te ruim tem acontecido ao Brasil nos últimos  seis anos. Parafraseando Silvio Luís: “Olho no lance!!! “

Se assim é que lhe parece

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Privatização de escola pública no Paraná ganhou o nome de   Programa Parceiro da Escola. É uma forma de escamotear a verdade dos fatos, como um prefeito fez certa vez em Maringá, dando à terceirização das escolas municipais o nome de Escola Cooperativa. Esse crime de lesa pátria está longe de ser uma questão semântica.

Impossível é Deus pecar…

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O ex-bateu levou do Fernando Collor, Cláudio Humberto,  comentarista da Band News e colunista do portal Diário do Poder é quem informa:   “O presidente Lula corteja  o governador do Paraná, Ratinho Júnior, para ser seu vice em 2026. Se isso acontecer, provocará um racha na direita”. Dá pra acreditar? Claro que isso é especulação, mas em política tudo é possível.

Em respeito à História

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Sempre que falo do Grêmio, o glorioso Galo do Norte, que foi bi-campeão do Estado e tri do Norte do Paraná, ganhando depois o “Robertinho” , correspondente ao brasileiro da Série B, refiro-me ao Grêmio Esportivo de Maringá. Esse time morreu em 1971 *salvo engano), afundado em dívidas, principalmente com o INPS. Muita gente confunde com o Grêmio de Esportes, que veio depois, fundado pelo Elnio Pholmann, o “Apucarana”, que começou sua trajetória, também gloriosa, jogando em Marialva. Esse Grêmio era o Grêmio do Itamar, do cabo Assis, do Didi. Aquele, era o Grêmio do Garoto, do Macário, do Haroldo Jarra ,do Oliveirinha, do Roderley, do Zuring, do Edgar. Faço o reparo, apenas como uma ligeira correção histórica.