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Contradições perigosas

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Unanimidade ou 4 a 1 = a Papuda

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A 1ª. Turma do STF retoma terça-feira o julgamento dos cabeças da conspiração golpista e o primeiro  a votar é o relator do processo , ministro Alexandre de Moraes. “Para evitar novas ameaças  às instituições,  as punições devem ser exemplares”, explicitará Moraes . Ele deve ser seguido por Flávio Dino e Carmem Lúcia, o que significará maioria. Ao todo, a turma é formada de 5 ministros e a única dúvida que resta sobre a condenação e Luiz Fux. O quinto e último voto será de Cristiano Zanin, presidente da 1ª. Turma. Se não houver unanimidade,  o resultado será 4 a 1.  Não tem saída, Bolsonaro vai pra Papuda. A pena, segundo cálculos do jurista gaúcho Lenio Streck, será de no mínimo 24 anos.

O desespero explica o desvario da bancada bolsonarista na Câmara com o texto absurdo do PL da anistia que pretendem protocolar após o julgamento. Querem anistiar Bolsonaro e até recuperar sua elegibilidade para 2026. Pode até ser que o projeto passe pela Câmara, onde o invertebrado presidente Hugo Mota o colocará na pauta. Mas não passa pelo Senado, onde já se prevê dois diques de contenção. O primeiro é a proposta do presidente da Casa David Alcolumbre, que ao invés de anistia, propõe redução de pena para o grosso dos envolvidos, menos para o chamado núcleo duro do golpe. Se não for isso, Alcolumbre senta em cima do projeto e fim de papo.

Outra dificuldade dos defensores da anistia, que também pode atender pelo nome de impunidade: o projeto terá que passar pela CCJ do Senado antes de ir a plenário, caso Alcolumbre mostre a fraqueza que já transparece em Mota. O presidnete da Comissão de Constituição e Justiça é o senador Oto Alencar, do PSD. Baiano porreta, como demonstrou com sua atuação da CPI da Covid , Alencar já declarou que o projeto da anistia, oriundo da Câmara Federal não será colocado em votação por ele. E aí, meus caros, a coisa não vai pra frenre. E se em último caso , o PL passar pelas duas Casas do Congresso Nacional, será vetado pelo presidente Lula, a quem cabe sancionar ou não. O Poder legislativo pode até derrubar o veto, mas a lei, por ser flagrantemente inconstituciuonal, morre no Suprmo Tribunal Federal. Então, é bom a bancada bolsonarista Jair botando as barbas de molho e preparar a compra de cigarros que os condenados consumirão na Papuda ou Bangu 8.

Guerra de babuínos à vista

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Sérgio Moro deu uma rasteira em Ricardo Barros e conquistou através de circunstâncias estranhas a presidência da UP (fusão do PP com o União Brasil) no Paraná. Com o comando do novo partido na mão, será candidato a governador e Barros, que pensa em emplacar a esposa Cida ou o londrinense Belinatti, fica temporariamente pendurado na brocha. Digo temporariamente porque perto do Ricardo Barros o senador e ex-juiz da Lava Jato é apenas aprendiz de feiticeiro. Não demora e começa a guerra de babuínos, que deve ser divertida e deixar esfuziante o presidente da Alep Alexandre Curi, candidatíssimo à sucessão de Ratinho Jr, certamente com o apoio do próprio e a inspiração do eterno bruxo da política paranaense, seu avô Aníbal. Já tem ricardista dizendo que Barros pode estar se fazendo de morto agora, mas lá na frente pega o coveiro. Moro que não se iluda.

Simples assim

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Estapeiam a cara da sopciedade brasileira

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A minuta do golpe que, em forma de projeto circula pela bancada bolsonarista na Câmara Federal foi elaborada pelo advogado e ex-comentarista da Jovem Pan, Tiago Pavinatto e a também advogada Flavia Ferronato.  Entre outras aberrações , zera todas as pendências judiciais que tem e possa vir a ter contra Jair Bolsonaro, inclusive o tornando elegível  já para 2026. Mas não é só isso: garante perdão para cidadãos que estão , ou eventualmente possam ser investigados, processados ou condenados por: ofensa ou ataque a instituições públicas ou seus integrantes; descrédito ao processo eleitoral ou aos Poderes da República e geração de animosidade na sociedade brasileira ou situações de natureza assemelhada às anteriores.

Claro que, de tão absurdo, esse projeto não deve sequer, passar pela CCJ da Câmara. Mesmo que passe e tenha aprovação no plenário será torpedeado no Senado, onde o próprio presidente David Alcolumbre já disse que não tem como aprovar anistia geral aos participantes da tentativa de golpe de 2023, no máximo reduzir penas, sem que a redução beneficie integrantes do chamado núcleo duro do golpe, principalmente  Jair Bolsonaro. Mesmo que Alcolumbre acabe se dobrando como já se dobra o invertebrado presidente da Câmara Hugo Mota, o projeto esbarraria  na Comissão de Justiça, presidida pelo baiano porreta Oto Alencar.

De qualquer forma, a simples apresentação dessa minuta e a defesa que faz dela a bancada bolsonarista , já é uma afronta às instituições e um tapa na cara da sociedade brasileira. Simples assim.

. Na foto abaixo, Bolsonaro abraçado com o escroque Tiago Pavinato.

A FARIA LIMA ESTÁ EM PÂNICO

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A Operação Carbono Oculto,  maior investida das forças de segurança contra o crime organizado no Brasil em todos os tempos, vem causando pânico na Faria Lima, principal centro financeiro do país. O alvo principal das polícias Federal e Civil de São Paulo, com apoio do Ministério Público e da Receita Federal, são as fintechs, que operam de forma agressiva no mercado, lucram R$ bilhões e não prestam informações ao fisco. Assim, transformam-se em autênticas lavanderias, que lavam dinheiro sujo, inclusive do tráfico.  A devassa atinge também os fundos, onde grandes investidores faturam muito dinheiro, sem que para isso tenham que declarar  e pagar um centavo sequer de imposto.

E aí, quando o governo fala em isentar do imposto de renda quem ganha até R$ 5 mil por mês e para cobrir o déficit fiscal que a medida causaria, passaria a taxar os do andar de cima, a partir do teto de R$ 600 mil de rendimento mensal. A reação da bancada bolsonarista tem sido feroz, mas depois da deflagração da “Carbono Oculto” a maioria dos parlamentares sob suspeita de se beneficiar do esquema desmontado, vai ficar pianinho. A operação, conforme os analistas políticos, atinge em cheio o coração da candidatura do bolsonarismo para presidente em 2026, encabeçada pelo governador de  São Paulo Tarcísio de Freitas.

Morre o grande Veríssimo

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Luís Fernando Verissimo, filho de Érico, o autor do fabuloso livro Incidente em Antares e da trilogia O Tempo e o Vento , faleceu hoje de madrugada  em Porto Alegre. Luís Fernando publicou mais de 70 livros, quase todos recheados de bom humor. Sua principal referência literária, que li saboreando cada palavra, foi  O Analista de Bagé. Ele também escrevia belos textos para programas de humor da televisão como foi o caso da TV Pirata. A irreverência sempre foi um traço forte em sua obra. Sobre completar 80 anos, ironizou certa feita: “Têm sido tão agradáveis as homenagens, inclusive da família, que eu tô pensando em fazer 80 anos mais vezes”. Não conseguiu comemorar a segunda vez, mas chegou aos 88. Ele se dizia agnóstico, mas Deus o terá no céu, para jogar no time do pai Érico e de outros grandes brasileiros como João Ubaldo , Darcy Ribeiro e Ariano Suassuna.

E agora, pastor?

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É através da Justiça do Paraná que o Malafaia pode ser colocado na cadeia. Vejam só: a 23ª. Vara Federal de Curitiba mandou a Polícia Federal apurar um aporte de R$ 18 milhões do condenado Francisley Valdevino da Silva, o Sheik dos Biticoins  em uma empresa de Malafaia que estava em processo de falência. A contadora das empresas de Francisley, Alessandra Morais Bach , afirmou que o Sheik dos Bitcoins investiu R$ 18 milhões “em um malfadado negócio com o pastor Silas Mafalaia, no ramo de venda de artigos religiosos, via marketplace”. De acordo com o portal Metropoles, o próprio Malafaia  confirmou que o aporte não foi de R$ 18 milhões, mas sim, de R$ 30 milhões. A grana do tal Sheik foi destinada a salvar da falência a Editora Central Gospel, de Silas, o “Mala Faia”.

Somos a aroeira, madeira dura de se cortar…

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A democracia está agonizando? A considerar a análise dos cientistas políticos Steve Levitsky e Daniel Ziblatt, este regime que “ é o pior de todos exceto os demais” entrou num processo de enfraquecimento, que não se sabe aonde vai parar. Pode dar a volta por cima ou ao contrário, pode ir a óbito mesmo conforme constatado no livro Como as Democracias Morrem. Os algozes da democracias são líderes que viraram líderes graças ao voto popular. Mas que tudo leva a crer, ao chegarem lá, passam a alimentar o sonho autoritário da perpetuação no poder. Vide caso Bolsonaro, que, não se conformando com a derrota sofrida em 2023, não parou mais de conspirar contra o Estado Democrático de Direito, mesmo sabendo que produz uma prova atrás da outra contra si mesmo.

Por enquanto, a democracia brasileira resiste aos ataques e, graças à determinação do STF, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes, vem demonstrando vitalidade. O receio é que os golpistas consigam êxito em suas investidas e a impunidade de Bolsonaro e seus liderados prevaleça. Prefiro manter a fé inabalável que tenho na Democracia Brasileira , que se mostra uma autêntica aroeira, que sucumbiu em vários momentos da nossa história, porém mesmo depois de morta , sempre volta, só pra desafiar a barbárie.

Na contramão do interesse público

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Faço minhas as críticas do Barão do Olavo do Ingá e da vereadora Ana Lúcia Rodrigues ao projeto chamado  “Programa Material Legal”, que passa aos pais a responsabilidade pela compra de material escolar e uniformes dos filhos que estudam na Rede Municipal de Ensino. A proposta em análise na Câmara de Vereadores prevê entrega de vouchers para que os pais efetuem as compras devidas.

O projeto é da presidente da Câmara Majô Capdesboscq e incorporada pelo prefeito Silvio Barros, que deverá, com a certeza de que 2 e 2 são 22, sancionar a lei. Diz o Barão: “o projeto reconhece a  incompetência do município e, por extensão dos vereadores, em dar conta de licitar e entregar os materiais aos estudantes, transferindo essa responsabilidade aos pais, já assoberbados com uma agenda imensa de cuidados com seus filhos”.

Já a vereadora Ana Lúcia Rodrigues não só critica o projeto como  denuncia  falta de itens básicos nas escolas municipais de Maringá. “ As compras individuais , diz ela, encarecem os produtos, o que redundará em um inevitável desperdício de dinheiro público. Invés de melhorar a eficiência da gestão o que o prefeito faz? Transfere o problema para os pais.”. Enfim, é balbúrdia e descontentamento à vista