Falem o que falar, mas o fato é que Zé Dirceu sabe das coisas quando o assunto é política. Ninguém no PT, nem mesmo Lula, faz uma leitura de cenário tão precisa quanto o pai de Zeca. E vem justamente dele uma dura crítica ao Partido dos Trabalhadores, cujas lideranças andam batendo no ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “É covardia o que que estão fazendo com o Fernando. Não apoiá-lo é burrice”, alfineta o ministro da Casa Civil do início do primeiro governo Lula. Dirceu faz um alerta, que serve não só ao PT mas à esquerda brasileira de um modo geral:” A direita está ganhando a disputa político-eleitoral enquanto a esquerda perde territórios à medida que partidos do espectro político oposto se expandem”.
A volta do cipó de aroeira…
“Ai do mundo, por causa dos escândalos;
Porque é inevitável que venham escândalos,
Mas ai do homem pelo qual vem o escândalo” – Mateus 18.7.
A lição que Jesus nos deixa, então, é que não há nada feito às escuras que resista à claridade da luz. Que o diga agora, passado o período em que cresceu sob a sombra de uma toga, o senador e ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro. Na iminência de ter seu mandato cassado, candidata-se a réu, graças ao relato de um sentenciado por ele, que confessa ter feito muito serviço sujo a mando dele. Tony Garcia, ex-deputado, que foi genro do então todo poderoso Ney Braga, é o cara que está provocando uma verdadeira tsunami na vida do ídolo de pés de barro.
Para não ficar trancafiado por conta de falcatruas em um consórcio de sua propriedade, o Garibaldi, Garcia fez coisas que até Deus duvida. E num relatório extenso, de autoconfissão e muitas provas, levou Moro às barras da Suprema Corte. O ministro Dias Toffoli, nas mãos de quem a denúncia caiu, matou no peito e tocou a bola de primeira para o Ministério Público e a Polícia Federal investigarem.
Só lembrando, porque recordar é viver, que quando estava preso em Curitiba, Lula disse numa audiência ao juiz que o prendeu, que a Terra era redonda, e que nas muitas voltas que a Terra dava, Sérgio Moro iria se encontrar com a sua própria história, e se surpreender com ela. Mais direto, Geraldo Vandré diria ao ex-juiz, caso estivesse no lugar de Lula: “É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar”
De volta pra casa
O PT conversa com Humberto Henrique, que admite a possibilidade de retornar ao partido para ser candidato à sucessão de Ulisses Maia. O deputado estadual Arilson Chiorato, presidente do PT no Paraná, é quem costura essa aliança junto com os irmãos Mário e Enio Verri. Talvez fosse mais interessante ele não fazer o caminho de volta e viabilizar a chapa de uma frente progressista sem deixar o Solidariedade. Com isso, estaria menos sujeito ao tiroteio ideológico da extrema direita.
De olho na superprodução do seu Pinto
Informa o Zé Beto que a JBS está comprando a Mantiqueira, maior produtora de ovos da América do Sul. Não por coincidência ou ironia, o fundador da empresa chama-se Leandro Pinto. A empresa dos irmãos Batista, que já é a maior exportadora de carne bovina do país, decidiu entrar de sola também na ovinicultura. Nesse negócio não cabe a pergunta “quem nasceu primeiro, o ovo ou galinha?”. Mas cabe entender como o seu Pinto chegou a uma produção astronômica de 3 bilhões de ovos por ano.
Sucesso, amigo
O advogado maringaense Paulo Vidigal, militante político e que honra a esquerda com suas ações, deixou a advocacia e voltou a fazer o que mais gosta: atuar na área de saúde. Passou em um concurso para técnico de enfermagem em Quarto Centenário. Esta adorando. Acho que ganha ele e ganha a cidade. O Paulo é pedra 90.
A família não recebe
O ganhador de R$ 1 milhão no último sorteio do Nota Paraná, residente na Zona 7 de Maringá, tinha o cadastro ativo mas já havia falecido. Ele morreu em outubro, mas a família não comunicou o óbito ao programa. Como trata-se do “CPF na nota” e o CPF está cancelado, o dinheiro volta para os cofres públicos, do Estado, claro.
Não está bom não, prefeito
O serviço de transporte coletivo urbano de Maringá está muito ruim, irritando o passageiro que, dependendo da linha, chega a ficar mais de meia hora, além do previsto, esperando no ponto. Ocorre frequentemente com os ônibus que sobem a Avenida Paraná. Dia desses parei para ouvir dois motoristas que conversavam no terminal sobre as alterações de escala, que deslocam o profissional de uma linha que ele conhece bem para outra que ele não conhece nada. Isso ocorre com muita frequência e é um dos motivos da irritação da categoria.
Teria aumentado muito o número de pedidos de demissão na TCCC. De acordo com os dois que conversavam, os motoristas andam fulos da vida com o desrespeito da direção da empresa para com eles. E tem outro problema, que aí já é de responsabilidade direta da Prefeitura. Refere-se à falta de policiamento no terminal urbano, principalmente à noite e nos domingos e feriados , quando a bandidagem apavora motoristas, fiscais e passageiros. Será que custa tanto deixar uma equipe da Guarda Municipal permanentemente naquele espaço? E claro, à noite, com o apoio da Polícia Militar ?
Travado pelo Paraguai
Desde que assumiu a direção geral da Itaipu o maringaense Ênio Verri, que tem mostrado muita competência e dinamismo, não passava por um perrengue desse. O Paraguai, que junto com o Brasil é dono do empreendimento, outrora conhecido como a maior hidrelétrica do mundo, decidiu endurecer o jogo para que a empresa reajuste suas tarifas. Por conta disso, travou o orçamento de 2024. O de 2023 chegou a R$ 9,7 bilhões.
O fato concreto é que o pagamento de salários e fornecedores está parado. Nem férias os trabalhadores recebem desde 1º de janeiro. O Sindicato dos Eletricitários de Foz do Iguaçu já pensa em indicativo de greve. Pela experiência política de esquerda que possui, Verri deverá tirar isso de letra. Só vai ficar faltando combinar com o governo paraguaio, que não se mostra nada satisfeito com as tarifas praticadas pelo parceiro brasileiro. “Está tudo parado, não tem orçamento definido e, assim, não liberam dinheiro para nada”, afirma Paulo Henrique Guerra Zuchoski, conhecido como PH, presidente Sinefi.
Jogada de mestre
Marta Suplicy era petista de primeira hora. Até que se desentendeu com Dilma e, deputada federal, votou pelo impeachment da presidenta. Mas apesar de tudo, a ex-sexóloga e mãe de Supla, continuou sendo xodó de Lula. Agora, os dois se reencontraram, ele de volta à presidência e ela no PMDB, secretária municipal de um prefeito bolsonarista. Resultado da reconversa: Marta aceitou ser vice de Guilherme Boulos, do Psol e candidato a prefeito de São Paulo, com apoio do PT, e claro, do seu líder máximo. Lembrando que Marta já foi prefeita da capital paulista e que goza de muito prestígio em toda a paulicéia, há que se concluir que com essa jogada de mestre Lula praticamente colocou Boulos como um candidato quase imbatível.
Personagem de ficção
O jornalista Fernando Rodrigues diz que o governador Ratinho Júnior é um personagem de ficção:” Entre os mantras repetidos pelo governador Ratinho Jr, um se destaca: “Paraná Supermercado do Mundo”. Ele insiste que os 199.315 km2, 2,3% do Brasil, podem abastecer o planeta ou grande parte dele. O Paraná pode ser, no máximo, um mercadinho de bairro”.
Definitivamente, o governador parece viver num mundo paralelo. Repete também que o Paraná vai ser o “hub logístico da América Latina”, fala isso enquanto nem o que é produzido aqui escapa de rodovias mal conservadas e que não dão conta do volume a ser transportado agora. Cadê as duplicações e o incremento do transporte ferroviário? Nem a BR277, artéria entupida do Paraná, teve obras essenciais realizadas. Sair de Curitiba pode ser um pesadelo de horas. Nas redes sociais, Ratinho Jr mostrou como seria um boneco dele, “o melhor governador do país”. Faz sentido, é um personagem, ficção”.









