Tacla Duran deixou o senador Sérgio Moro e o deputado Deltan Dallagnol em maus lençóis no depoimento que prestou hoje ao juiz da 13ª. Vara Federal da Curitiba, Eduardo Appio. Como era previsto, o ex-advogado da Odebrecht sustentou a denúncia de tentativa de extorsão por parte do juiz e do procurador da Lava Jato contra ele. Afirmou que foi alvo de achaque para que não fosse preso. Ele entregou fotos e vídeos comprometedores contra Moro e Deltan. Appio, então, tratou de encaminhar o caso imediatamente para o STF, já que os dois citados são parlamentares e portanto, possuem fórum privilegiado. O processo será relatado pelo ministro Ricardo Levandowski.
Não se sabe o que ele disse. Será que disse?
O depoimento do advogado Tacla Duran ao juiz da 13ª. Vara Federal de Curitiba seria hoje às 16h mas foi antecipado em uma hora. Significa que Duran já foi ouvido em audiência remota, mas o que ele falou sobre a suspeita de extorsão por um advogado ligado a Sérgio Moro ainda é mistério. Tem muito jornalista com seus radares ligados para ver quem dará o furo jornalístico primeiro. O que se tenta apurar é se o ex-advogado da Odebrecht confirmou a exigência de U$ 5 milhões para que ele não fosse preso. Duran chegou a relatar que pagou uma parcela do achaque e depois fugiu para a Espanha, onde mora atualmente com a família.
O dia mais longo da história
A Globo News exibiu neste domingo o documentário “O Dia que durou 21 anos”, que não deixa nenhuma dúvida sobre a participação direta dos Estados Unidos no golpe civil-militar de 1964. A narrativa da ameaça comunista começa com o pronunciamento do ainda vice-presidente João Goulart celebrando um acordo comercial e diplomático com a China de Mao Tse-Tung. O documentário mostra imagens do presidente John Kennedy assistindo ao discurso e em seguida agindo para impedir a posse de Jango , devido a renúncia de Jânio Quadros.
Em seguida aparece Lindon Johnson, já no comando da Casa Branca após o assassinato de Kennedy, falando ao telefone com o embaixador americano no Brasil e dando-lhe instruções claras sobre o impedimento da posse do vice-presidente eleito do Brasil, que retornava de Pequim. Os americanos alimentavam a ideia de que o Brasil poderia se tornar uma nova Cuba e isso eles não permitiriam sob nenhuma hipótese.
Jango foi empossado graças ao arranjo do parlamentarismo feito nas coxas. Mas por meio de um plebiscito ele retomou o presidencialismo, assumindo com plenos poderes o comando do país. Foi aí que começou a aprofundar o seu projeto de reformas de base, cujo carro-chefe era a reforma agrária. O anticomunismo ganhou força e a onda vermelha , que já tinha a Intentona Comunista como referência histórica da sandice e da canalhice, voltou a contaminar a sociedade brasileira.
O governo americano preparou uma grande frota naval para atracar no porto de Santos, como forma de intimidar o governo brasileiro. Mas não precisou, porque Jango não ofereceu resistência, apesar da forte atuação do governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, para que a Constituição fosse respeitada. A mobilização das Forças Armadas com apoio incondicional de Tio San e de setores conservadores da sociedade civil brasileira, não deixava espaço para qualquer tipo de reação ao golpe. Jango preferiu entregar o poder para não ver um banho de sangue, que seria inevitável. E os militares que assumiram com a promessa do marechal Castelo Branco entregar o poder aos civis em curto espaço de tempo, acabaram ficando por exatos 21 anos.
Quem tem medo de Tacla Duran ?
O advogado Rodrigo Tacla Duran, que defendeu a Odebrecht durante a Operação Lava Jato, está morando na Espanha e nesta segunda-feira prestará depoimento, em audiência remota, ao novo juiz da Lava Jata, Eduardo Appio. Esse depoimento assusta o agora senador Sérgio Moro, acusado pelo advogado que ele condenou por lavagem de dinheiro, de estar por trás de uma tentativa de extorsão. Duran diz que chegou a pagar uma parcela dos R$ 5 milhões exigidos, para não ser preso. E aí fugiu para a Espanha. Seu nome chegou a ser incluído na lista da Interpol, mas foi retirado porque a própria Interpol não viu sentido na inclusão solicitada pela República de Curitiba
O advogado , que defendeu a Odebrechet na Lava Jato, é acusado de operacionalizar contas da empresa em paraísos fiscais, principalmente no Caribe. Será questionado pelo juiz Appio sobre isso mas certamente falará também sobre uma suposta extorsão de que teria sido vítima para não ser preso , após sentença condenatória do juiz Sérgio Moro. Em entrevista ao site The Intercept Brasil, repercutida por vários portais de notícias, Duran sita como artífice da extorsão o advogado Carlos Zucoloto, que foi sócio da esposa de Moro em um escritório de advocacia na capital paranaense.
O fato concreto é o seguinte: o depoimento de Tacla Duran vai manter Sérgio Moto na mídia. O que não se sabe ainda é se essa nova exposição colocará o atual senador pelo Paraná como vítima ou como acusado. É esperar pra ver.
Se a narrativa é canalha…
O site The Intercept Brasil insiste na tecla de que não foi Moro que coordenou a transferência do comando do PCC de São Paulo para presídios federais, primeiro a Papuda e depois a penitenciária de segurança máxima de Rondônia. E foi o atual ministro da Justiça, Flávio Dino, quem frustrou o plano A da facção criminosa de libertar o seu líder máximo, trazendo Marcola de volta para o Distrito Federal. O que Moro fez enquanto ministro da Justiça do governo Bolsonaro contra o crime organizado foi proibir visitas íntimas nos presídios de segurança máxima. Mas isso, segundo alguns especialistas em segurança pública, não seria suficiente para justificar a sua inclusão na lista dos ameaçados do Primeiro Comando da Capital.
Segundo o portal de notícias, não há de se negar que Moro estivesse ameaçado de morte pelo PCC mas é absolutamente certo que ele está tirando proveito político desse fato, usando uma narrativa falsa e com acusações levianas ao PT e a Lula, para poder ganhar holofotes. Não é atoa que o ministro Dino, um ex-juiz federal, como Moro, e um político muito sério, ao contrário de Moro, anda P da vida com o atual senador pelo Paraná. Dino não o chama diretamente de canalha, mas deixa clara a sua indignação com a canalhice da narrativa.
Impossível não, mas improvável
O Dogão precisa fazer 3 gols de diferença ou empatar e levar para os pênaltis a decisão da segunda vaga para a final do Campeonato Paranaense. Impossível não é porque esta palavra não se aplica ao futebol. Mas é improvável, pois além do jogo ser na Baixada, ocorrerá no dia em que o Atlético Paranaense completa 99 anos e além da superioridade técnica, terá casa cheia. A final será contra o Cascavel , que bateu o Operário de Ponta Grossa neste sábado.
Conselho ao “governador de Curitiba”
Ratinho Júnior está sendo chamado no Norte do Paraná, sobretudo por lideranças políticas da região de Londrina , de “governador de Curitiba”. E de acordo com o Claudio Osti (Blog Paçoca com Cebola), o conselho que se dá a JR é que ao viajar pelo interior, se for por terra que ele vá de 4 x 4, porque as estradas paranaenses tem tanto buraco, que o governador não deve se arriscar. “Precisamos pensar na segurança de sua excelência”, disse um gaiato.
“Imunidade não protege canalhice”
Sergio Moro insinua que o PT tem ligações com o PCC e irrita o ministro da justiça Flávio Dino, que supervisionou toda a operação da Polícia Federal contra a quadrilha que planejava matar o ex-juiz e agora senador. “Não há indício, prova, nada; só canalhice mesmo. Lembro que não há imunidade parlamentar para proteger canalhice.”
Bang bang à brasileira
Rodrigo Pacheco e Arthur Lira sacam suas armas, um ameaça apontar para o outro , mas se uma das armas cuspir fogo, a tiro acerta o presidente Lula.
Ai vem rasteira. Ou seria rabo de arraia?
Olha só como as coisas funcionam nas entranhas da política partidária. O presidente nacional do PSDB, governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, articula uma federação que terá o seu partido, o Cidadania, de Rubens Bueno e o Pode, do deputado Deltan Dallagnol . Isso se viabilizando, Leite estará rifando o seu amigo Beto Richa, porque Beto e Dallagnol não cabem no mesmo espaço. E para Leite, que sonha com o Palácio do Planalto em 2026, amizade não conta. Beto será jogado às traças e assim, pode cair do cavalo na sua tentativa de conquistar pela segunda vez a Prefeitura de Curitiba, que Deltan também almeja.