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Mercado, que bicho é esse?

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O mercado torce a cara para a formação da equipe de transição montada por Lula e Alckmin. Mas quem é o mercado, esta figura sem rosto, sem alma, sem digital e sem vergonha, que tenta monitorar um presidente e um vice legitimamente eleitos? Quem é e de onde vem essa figura que impõe cláusulas de barreira contra o desenvolvimento social do país? Que ameaça desqualificar o discurso humanitário  e aponta sua arma quase letal para a cabeça da racionalidade?

O tal sujeito é tão intrometido que afaga investidores e rentistas em geral, mas não tá nem aí para o esgarçamento do tecido social e as consequências que seus maus bofes podem trazer para a combalida agenda social de um  país que voltou com tudo ao mapa da fome, quando já se via fora dele.

Que antídoto usar contra esse herói/vilão que surge nas nossas vidas em forma de farsa, mas com potencial para transformar a farsa em tragédia? Afinal, quem és tu Coriolano?

Sonhar pode. Mas…

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Por falar em Ratinho e Moro, o blogueiro Ismael Moraes informa que o governador do Paraná já mandou avisar que será candidato a presidente da república em 2026. Moro também sonha com a faixa presidencial e os dois disputarão no palitinho pra ver quem herda o curral bolsonarista. Pelo jeito os pais de ambos nunca lhes disseram que o apressado come cru e quente.

Caprichos da política

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O governador Ratinho Júnior é do PSD, foi Bolsonaro de primeira hora na campanha, mas o presidente do partido, Gilberto Kassab, já caiu nos braços do presidente eleito. Ratinho já disse que apoia a adesão. Mas tem um detalhe: ele precisa comunicar o fato ao funcionário do seu alto escalão, Edimar Leduc, que não para de defender intervenção militar no Brasil.

Como esse mundo dá volta!

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Sérgio Moro, algoz de Lula, se elegeu senador pelo União Brasil. E o presidente do partido, Luciano Bivar, já anunciou que o UB estará na base de apoio a Lula. Então, Moro, vai aderir ou vai mudar de partido e cometer infidelidade partidária que poderá lhe deixar em maus lençóis ?

Estado mínimo, do mínimo, do mínimo…

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O governador Ratinho Júnior, que já teria engatado a marcha da privatização da Copel e da Sanepar, anda pensando também em privatizar as escolas públicas do Estado, coisa que aliás, Ricardo Barros fez quando era prefeito de Maringá (1989/1992). A pergunta que não quer calar é: “Será que depois de privatizar  Copel, Sanepar e escolas , Ratinho vai querer terceirizar consumidores e alunos?

Estado mínimo, do mínimo , do mínimo? É essa a essência do neoliberalismo? Cruz credo, mangalô três vezes.

Moro entra, o PT se retira

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O ex-juiz federal e agora senador eleito Sérgio Moro subiu hoje à tribuna da Assembleia Legislativa do Paraná, a convite do deputado Luís Fernando Guerra, do União Brasil. A bancada do PT, como era de se esperar, se retirou do plenário. Moro, no comando da Lava Jato tirou Lula da eleição de 2018 e o deixou 580 dias preso na sede da Polícia Federal em Curitiba por conta de um tríplex que nunca a e ele pertenceu.

Só lembrando que o  tal imóvel, de propriedade da OAS, foi dado como pagamento de dívida à Caixa Econômica pelo seu proprietário Léo Pinheiro, que incriminou Lula na delação premiada. O encarceramento de Lula facilitou a eleição de Bolsonaro, que premiou Moro com sua nomeação para o Ministério da Justiça. Sérgio Moro deixou o governo atirando, acusando o presidente de de intervir na Polícia Federal para barrar investigações contra seus filhos e aliados. O ex-juiz tentou disputar a presidência por São Paulo, não conseguiu e voltou ao P\araná onde se elegeu senador. No segundo turno voltou a grudar em Bolsonaro e até acompanha-lo nos debates da Band e da Globo, como tática de intimidação do candidato petista. Mas não funcionou.

PSD com um pé na canoa de Lula

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Segundo o Valor Econômico, o governador do Paraná, Ratinho Júnior, já deu sinal verde ao presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, para que o partido faça parte da base de apoio do presidente Lula no Congresso Nacional. Bolsonarista de primeira, Ratinho já estaria lulando.

A propósito, lembro de uma tese de mestrado da professora Maria Lúcia Barbosa (ex-UEL) sobre oposição ao presidente da república na Câmara e no Senado. Ela dizia: “Presidente só tem dificuldade de aprovar seus projetos no parlamento brasileiro se for ruim de negociação”. Lula já provou que é bom na arte de negociar politicamente.

Se Ratinho insistir na privatização, Ulysses passa giz no taco

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“A Copel e a Sanepar têm duas funções fundamentais: promover o desenvolvimento econômico e social do Paraná. Empresas com funções como essas, especialmente na área social, não devem ser passadas para a iniciativa privada, onde a visão financeira se sobrepõe a todas as outras”, disse o governador Ratinho Júnior  em 2019 , ao descartar o interesse do seu governo em privatizar as duas estatais.

Mas corre nos bastidores a informação de que o governador reeleito vai nesta terça-feira a Brasília se encontrar com a equipe de transição do governo Lula, levando na bagagem uma proposta de privatização da Copel e da Sanepar, exatamente o contrário do que pensa o sucessor de Jair Bolsonaro. Talvez só Ratinho ainda não saiba que a Copel já tem dado alguns passos nessa direção e a Senepar quase não tem mais ações preferenciais para vender. Até o Baianinho Engraxate tem conhecimento que a Sanepar está semiprivatizada e que distribui dividendos vultosos para grandes acionistas, Grupo Dominó à frente.

Ressalte-se, aliás: o fato da Sanepar estar semiprivatizada reforça o movimento de municípios médios e grandes, caso de Maringá e Londrina, em favor da municipalização dos seus sistemas de saneamento básico. O caso específico de Maringá está pela bola 7. Se o governador insistir na tecla da privatização, aí o prefeito Ulysses Maia mete a bola na caçapa e corre pro abraço.

Na mira telescópica do MP

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Eles fotografaram as urnas e vão pagar caro por isso. O Ministério Público do Paraná está acionando quatro eleitores , três de Goioerê e um de Moreira Sales, que não só fotografaram como fizeram questão de se exibir, dizendo em suas redes sociais que registraram seus votos, como se fosse uma vitória driblar a vigilância da Justiça Eleitoral. Com perdão da expressão chula, mas foi isso mesmo: tomaram na tarraqueta.

O sempre presente Drummond

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Ele estaria completando 120 anos de idade em 31 de outubro, um dia após a eleição que o levaria à urna para votar , com toda certeza, contra a ameaça à democracia, que prezava tanto. Viva o grande poeta Carlos Drummond de Andrade, que um dia ensinou a mim e a milhões de brasileiros, que não devemos lamentar a ausência:

“Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim”.