O governador Ratinho Júnior não desiste de recadastrar os servidores públicos sindicalizados, condição imposta por ele para permitir o desconto em folha das contribuições sindicais. Esta é uma forma perversa de matar a representação classista, como fez o governo Michel Temer por meio da reforma trabalhista com o sindicalismo brasileiro. Por hora, a obrigatoriedade do recadastramento está suspensa, porque o Tribunal de Justiça do Estado concedeu liminar ao Fórum das Entidades Sindicais do Paraná, suspendendo os efeitos do Decreto 9.220/21. O governo recorreu mas esta semana a liminar foi mantida pelo próprio TJ.
Foi por medo da violência…
As centrais sindicais estão preocupadas com a violência no domingo e foram até o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, pedir reforço da segurança para os mesários, que afinal de contas são trabalhadores. A UGT, por exemplo, sugeriu ao ministro que suspenda temporariamente (até o fim do processo eleitoral), o porte de arma em todo o país e mande fechar os clubes de tiro. Só lembrando que de 2019 pra cá, a proliferação desse tipo de atividade no Brasil foi assustadora. Há um temor generalizado com o que os sindicalistas consideram espécie de crônica da tragédia anunciada.
A Bíblia e a Carta
Nunca os políticos prestaram tanta a atenção nos evangélicos como nesta eleição. O segmento evangélico passou a ter tanto peso na disputa eleitoral, que na campanha de Bolsonaro, por exemplo, a Bíblia ocupou o espaço da Carta Magna nos discursos de caça ao voto.

Essa quinta promete
Hoje termina a campanha no rádio e na televisão e à noite teremos a pesquisa Datafolha, que certamente vai dar o tom do debate dos candidatos a presidente na Globo. É depois de Pantanal, mas já no JN será possível ver se a boca do jacaré está se fechando ou se abrindo mais. O humor de Lula e Bolsonaro será medido pelos números do principal instituto de pesquisa do país. O de Ciro Gomes também será medido pelo Datafolha, que se apontar ele atrás da Simone Tebet, vixi Maria.
Sem tiro ao Álvaro
Tá interessante a briga entre Paulo Martins e Sérgio Moro para ver quem mais recebe os bafejos de Bolsonaro e Ratinho Júnior na disputa para o Senado. Um atira no outro, o outro atira no um. Mas, nem um e nem outro, consegue acertar o Álvaro.
O TRE e a segurança no Paraná
É de 8 milhões o número de eleitores aptos a votar no Paraná neste domingo. Das 8 às 17hs estarão funcionando 30 mil urnas eletrônicas (confiáveis) em 5 mil locais de votação. Para garantir a segurança nos 154 fóruns eleitorais do Paraná, o presidente do TER-PR, desembargador Wellington Emanuel Coimbra Moura, anunciou a contratação de seguranças particulares, já que a Polícia Militar estará na parte externa dos prédios escolares e nas ruas. “O objetivo é garantir a integridade física das autoridades, servidoras e servidores da Justiça Eleitoral”, explicou o desembargador. A proibição de celular nas cabines e de armas de fogo nos locais de votação está mantida e as forças de segurança deverão atuar com rigor contra os eventuais transgressores.

Ratinho Jr, o velho
O jornalista Fernando Rodrigues, com quem trabalhei na RPC em passado não muito distante, escreveu um artigo sobre o governador Ratinho Júnior, que é tão preciso como um retrato de ponto grande. Tão bom que decidi publicá-lo aqui na íntegra
“No silêncio dos próprios pensamentos, o governador Ratinho Jr deve ter pensado em ir aos debates, enfrentar e fulminar o mais importante político paranaense deste período democrático, Roberto Requião. Chance perfeita pra acabar com as narrativas de que ele, Júnior, existe apenas pelo nome do pai e com as ideias dos outros.
Mas as práticas da velha política acabaram colocando os pés de Ratinho Jr em segurança no chão do Palácio Iguaçu e ele não vai debater.
Não sendo engenheiro como Beto, nem advogado e jornalista como Roberto, Carlos sempre teve que enfrentar desconfianças sobre capacidades intelectuais, acabando diante do espelho onde aparece a imagem do pai.
Ratinho, o apresentador, virou nome importante da Tv e empresário de sucesso quando assumiu o talento de comunicador popular com jeito de palhaço, abandonando a inspiração do policialesco Cadeia.
Júnior, desde o começo, seguiu o caminho traçado pelo pai na mídia e na política. Com o empurrão do bolsonarismo, venceu em 2018 e, agora, tenta repetir a proeza com a falsa imagem de renovação que a biografia não deixa.
Debater, responder, atacar, vencer! Aí, sim, deixando Requião na lona seria possível usar um novo cinturão.
Sem riscos, Júnior é favorito pra ser reeleito e assumir de vez o figurino de Coronel Ratinho, o Velho…”
Se tem arco tem flecha…
O debate dos candidatos a governador ontem na RPC terminou como começou: desinteressante. O ponto alto foi a ausência do governador Ratinho Júnior, que avaliou ter mais a perder do que a ganhar. Mas isso só as urnas vão dizer. Seja como for, é possível que Requião cresça um pouco, mas não o suficiente para levar a eleição para o segundo turno, já que não existe nenhum outro candidato com densidade eleitoral suficiente para evitar a vitória do atual governador no domingo. Porém, onde tem arco tem flecha e é nisso que a campanha de Requião aposta para adiar a decisão final do eleitorado paranaense para 30 de outubro.
Moro e Martins se pegam e Álvaro ri
Sérgio Moro abriu de vez uma frente de briga com Paulo Martins na disputa pelo Senado. Martins é apadrinhado no Paraná pelo presidente Jair Bolsonaro , mas anda com ciúmes de Moro, que mesmo que o União Brasil tenha a senadora Soraya Tronicke com candidata a presidente, tenta colar no ex-chefe, que o tirou da magistratura para virar um ministro da justiça que não emplacou. Melhor para Álvaro Dias, que parece carimbar o passaporte para mais oito anos de mandato.
Ciro, quem diria!!!
O comportamento de Ciro Gomes na campanha presidencial estimulou um grupo de extrema direita a flertar com o PDT, já de olho nas eleições de 2026. Ciro parece interessado, mas os brizolistas que ainda habitam a sigla estão furibundos. A essa altura Leonel Brizola deve estar se mexendo no túmulo. O neto do velho Briza, por exemplo, luta para evitar que o PDT vire um PTB, que acabou nas mãos de Roberto Jeferson e de um tal padre Kelmon.