Há um bombardeio pra cima das pesquisas por não apontarem o crescimento de Bolsonaro, que estava na faixa de 36% e terminou com 43%. Ocorre que a virada ocorreu no sábado e até a caminho da urna tinha eleitor decidindo para quem votar. Havia o voto envergonhado em Bolsonaro e também o envergonhado e temeroso em Lula. O massacre para cima dos institutos é um desserviço à democracia e faz parte de uma estratégia contra as sondagens neste segundo turno. Mas vai ser difícil evitar que Data Folha e Ipec, por exemplo, comecem já esta semana a divulgar pesquisas de segundo turno. Aliás, a primeira deve sair nesta quarta (IPEC) e na quinta a do Datafolha.
Barros quer ferrar os institutos
Ricardo Barros quer ir pra cima dos institutos de pesquisa, porque erraram feio na semana do primeiro turno da eleição presidencial. “O histórico de erros dos institutos é muito longo”, disse o líder do governo Bolsonaro, que já teve um instituto de pesquisas em Maringá e que de tanto errar desapareceu. Quem não lembra do Databarros?
Depende do TSE
Beto Richa ficou como primeiro suplente de deputado federal pelo seu partido, o PSDB. Mas pode assumir caso o TSE mantenha decisão do TRE do Paraná, que indeferiu a candidatura de Jocelito Canto, o titular da vaga com 74.348 votos contra 64.868 do ex-governador.
Reflexão de uma 2a. feira braba
A cultura política brasileira vem trocando as bolas nos últimos tempos e coloca como sujeira na disputa eleitoral a chuva de santinhos nas ruas e não o jogo sujo de bastidores, que chega a feder esgoto. Saudade dos tempos em que os cabos eleitorais , com suas bandeiras e papéis esparramados pelas calçadas , iam às ruas com determinação pedir democraticamente, voto para seus candidatos. E tudo em clima de festa, sem ameaças de violência física, a não ser uma escaramuça aqui e outra acolá. Bons tempos em que os candidatos eram mais propositivos, o espírito democrático predominava e o ódio fazia mal era para quem o alimentava. Hoje, por mais difuso que seja o conceito de esquerda e direita, o preconceito ideológico centrou praça nas cabeças, corações e mentes. Esse é o grande busílis de uma sociedade que parece ter perdido seu eixo.
Curiosidade eleitoral
O ex-governador do Maranhão e agora senador Flávio Dino participou do mesmo concurso da magistratura que fez dele e de Sérgio Moro juízes federais. Dino foi o primeiro colocado e Moro o penúltimo, mas os dois se tornaram juízes e viraram políticos. Agora, vão se reencontrar no Senado, separados apenas pela barreira ideológica, porque esta é intransponível.
Sem novidades
Maringá mantém os deputados federais que já tinha, sem chance para nenhum novato. Estão reeleitos: Sargento Fahur (161.261 votos), Ricardo Barros (106.787 votos), Enio Verri (94.045 votos) e Luiz Nishimori (71.991 votos). Para a Assembleia Legislativa o eleitor maringaense manteve o Delegado Jacovós, a Maria Vitória, o Soldado Adriano e premiou com a volta à Casa o deputado Do Carmo, que havia perdido o mandato com a cassação do Francischini. Dr. Batista ficou fora.
Simone se rebela contra o muro
Bolsonaro ficou atrás no percental de votação mas largou na frente de Lula com os resultados de eleições estaduais para governadores e senadores. Mas Lula, que já tinha arregimentado uma verdadeira frente de lideranças, começa já nesta segunda-feira a costurar apoio de dois candidatos que surgiram como promessa de terceira via – Ciro Gomes e Simone Tebet. Ciro é um poço aré aqui de mágoa, mas se for novamente para Paris, seu partido, o PTD irá de Lula, independente a posição de seu candidato a presidente. Tebet já deu a letra ontem mesmo. Deixou claro que não irá se omitir e que os partidos que a apoiaram terão que decidir rápido de que lado estarão no segundo turno. Pela postura que mostrou ao longo da campanha, certamente com Bolsonaro ela não vai. Mas ficar em cima do muro, definitivamente não ficará. Então…
Que o palanque não vire octógono
As pesquisas erraram? Não creio que seja tão simples assim. Errou a ciência política ao não conseguir perceber que a onda conservadora que varreu o país em 2018 não se dissipou. E que a pauta social, de combate à miséria e principalmente à fome, não sensibiliza tanto quanto a pauta de costumes, o que convenhamos é uma tragédia para o país. Mas que não se culpe o eleitor, porque mais uma vez restou provado que a esmagadora maioria se move mais pela emoção do que pela racionalidade.
Vamos, pois, ter um segundo turno muito pegado, como se diz em relação a um clássico no futebol. O jogo será bruto e caberá às lideranças políticas de juízo, colocar a bola no chão e convencerem os dois candidatos, principalmente Bolsonaro, que eleição é o ponto alto da democracia e não uma luta de UFC em que o palanque eleitoral vira octógono.
O Brasil na hora H
Os brasileiros já estão a caminho das urnas na 9ª. eleição presidencial pós-ditadura militar. Mais de 156 milhões de eleitores estão cadastrados para escolher deputados estaduais e federais, 1/3 do Senado, governadores e o presidente da república. Viva a democracia ! Viva o Brasil de todas as cores, de todas as raças, de todas as crenças, de todas as ideologias! O jornalista Josias de Souza cunhou hoje em seu artigo no UOL uma frase decisiva: “Vá para a cabine de votação mas não esqueça a consciência em casa”.
Apenas 6%
Pesquisa Ipec, votos válidos para o Senado: Alvaro Dias tem 41%, apenas 6% na frente de Sergio Moro, que tem 35% para o Senado. Paulo Martins, que tentou proibir a divulgação da pesquisa está em terceiro com 14%. Orlando Pessuti, que foi vice governador e governador do Estado, além de presidente da Assembleia Legislativa tem míseros 2%,