Início Site Página 208

Surrealismo? Não, blasfêmia

0

Você acha que já viu de tudo? Viu não. Cena como esta não caberia nem em um  filme de Buñuel. Aconteceu neste domingo no chamado QG de Brasília, onde bolsonaristas estão concentrados desde 1 de novembro para contestar o resultado das eleições. Enquanto centenas de pessoas  rezavam, um jovem com uma coroa de espinhos é “pregado” na cruz. Para deixar a cena da falsa paixão de Cristo completa, os fiéis seguidores do presidente ouvem a locução de um texto bíblico.

Como resistir a um substrato?

0

Jô Soares, que não resistia a um trocadilho infame, dizia que o trocadilho é o substrato do humor. Eu também não resisto, por pereba que seja o substrato. Então vamos lá: “Se o assunto é seleção, nem tanto ao Nei e nem tanto ao mar. Doha a quém doer, voz digo: vai te catar, Modric!”.

Melhor não

0

O presidente Bolsonaro e o governador Ratinho Junior iriam inaugurar nesta segunda-feira a Ponte da Integração, a segunda ligação do Brasil com o Paraguai. Mas desistiram quando  foram alertados de que inaugurar obra inacabada pode dar crime de improbidade administrativa. Se bem que com o clima de fim de festa que vive, duvido que o presidente compareceria à solenidade. A ponte custou R$ 323 milhões (dinheiro da Itaipu Binacional) , mas falta concluir as alças de acesso  e a aduana.

Rejeitado

0

O governo fez consulta pública em 27 colégios  sobre o projeto “Parceiro da Escola”, que na prática propõe a terceirização da gestão escolar no Paraná. Segundo a APP Sindicato, só duas escolas acataram a privatização do ensino público no Estado.

Palavras de um tri-campeão

0

“O Mundial é ainda uma afirmação do orgulho nacional. A derrota brasileira é tratada como uma tragédia, como se fosse mais grave que a violência, a miséria e o baixíssimo índice de desenvolvimento humano (IDH), flagelos que há muito tempo assolam o país”.

. Tostão, articulista do UOL

Sonho sonhado…

0

Um amigo meu disse que torceu pela Inglaterra porque sonhou que uma decisão da Copa entre ingleses e argentinos poderia dar um novo desfecho para a Guerra das Malvinas.

Em local inadequado

0

Marisa Monte arrasou na apresentação que fez em Maringá esta semana, mas o local escolhido para o show arrasou com a cantora e seu público. O Pavilhão Azul do Parque de Exposições não é lugar para esse tipo de intérprete, cuja voz de veludo e interpretações magistrais  merecem  espaço com boa acústica , acomodações adequadas e ar condicionado. “O calor estava infernal e durante duas horas Marisa parecia se derreter no palco”, disse a cabeleireira Cida,  fã de carteirinha da diva da MPB. Que da próxima vez os promotores  tenham sensibilidade , não atravessem o samba e levem qualquer artista dessa grandeza para locais como os teatros Marista e Kallil Haddad.

Mandatos de Sérgio e Rosângela balançam

0

O mandato do ex-juiz Sérgio Moro, que se elegeu senador pelo Paraná está balançando. Além da reprovação de suas contas de campanha recomendada por dois desembargadores do TRE-PR , o PL ingressou no TSE contra a diplomação e posse do ex-juiz. Como desgraça pouca é bobagem, agora é a mulher de Moro , Rosângela, que está com o mandato de deputada federal pendurada na Justiça. Ela se elegeu por São Paulo, onde a área técnica do Tribunal Regional Eleitoral recomenda a rejeição de suas contas de campanha. O casal corre o risco de conhecer, de fato, o que é, verdadeiramente , uma vitória de Pirro.

No twitter , Moro acusa Paulo Martins , o segundo colocado na disputa do Senado, de ter se mancomunado com o presidente do PL/PR Fernando Giacobo para entrar com ação da Justiça Eleitoral Contra ele. Irado, o  ex-juiz denuncia: “Este sujeito mudou de cor para ter acesso ao fundo partidário”. Os dois se autodenominam de representantes da direita. Martins, por exemplo , consegue ser mais bolsonarista do que o próprio Bolsonaro. Mesmo assim o ex-juiz da lava-jato sugere: “Se une ao Jacobo para azer o L, de Lula, vai”.

Sinal de alerta

1

Uma área urbana degradada não quer dizer apenas que seja uma área sem vegetação, sem galerias de águas pluviais e sem nenhum tipo de mecanismo de proteção ambiental. Quando esta área é negligenciada pelo poder público ela também se enquadra no conceito de degradação. É o que acontece, na minha modesta maneira de ver as coisas, com o coração de Maringá, onde as mazelas sociais saltam aos olhos e tornam perigoso todo o entorno do terminal de ônibus, cuja beleza arquitetônica contrasta com o estado de abandono da Praça Raposo Tavares e adjacências.

Dia desses um advogado que tem escritório na área central ligou para o Jornal do Povo, manifestando preocupação com o que considera  “crônica de uma possível tragédia anunciada”. Seguinte: moradores de rua têm acessado o interior do antigo Cine Plaza e em noites frias estariam acendendo pequenas fogueiras para se aquecerem. O perigo de um incêndio de proporções gigantescas torna-se iminente. E imagine só: um incêndio iniciado naquele ambiente pode colocar em risco todo o quarteirão.

Não é o caso de sugerir que as forças de segurança da cidade atuem no sentido de expulsar os desafortunados invasores, mas que a Administração Municipal encontre uma solução urgente (e humanitária) para o problema, que é muito grave. E que logo na sequência, tire do papel o projeto,  que sei que existe, de revitalização daquele importante espaço público.

Democracia pressupõe civilidade

0

A população tem todo o direito (e deve) se manifestar contra o que considera abuso de poder na gestão pública, principalmente contra seus representantes mais diretos, no caso os vereadores. A democracia comporta e até recomenda cobranças duras , quando o interesse coletivo está em jogo. Mas o que aconteceu hoje na Câmara Municipal  de Maringá não foi simplesmente um protesto, mas uma manifestação de intolerância e violência, bem ao estilo do que temos visto nas últimas cinco semanas em todo o país.

Não vejo relevância na polêmica sobre o aumento do número de cadeiras no legislativo maringaense, mas acho que os vereadores extrapolaram um pouco, incluindo no mesmo projeto aumento salarial para eles próprios com índices muito acima do razoável. Para aumentar a irritação dos manifestantes, incluíram dois penduricalhos, injustificáveis sob qualquer ponto de vista.

Ora, vamos combinar que 13º  e férias remuneradas para vereador é um pouco demais. Defendo que o vereador deve ter um bom salário, compatível com o peso da função e com o trabalho que ele é impingido a realizar durante o mandato. Se bem que faço novamente a ressalva: tem vereador que merece cada centavo que o erário lhe paga, mas tem vereador que se pagar para exercer o mandato acaba sendo caro para a sociedade. Bom senso, caldo de galinha e espírito público não fazem mal a ninguém.