Pelas redes sociais, principalmente grupos de WhatsApp, empresários da região estariam fomentando boicotes a colegas que não aderiram de corpo e alma ao bolsonarismo no segundo turno. Há casos até de proprietários de cachorro quente sendo ameaçados. Um amigo de Mandaguaçu me ligou dizendo que na vizinha cidade nem pipoqueiro escapa da perseguição.
Tudo isso é resquício do clima de ódio que predominou na disputa eleitoral mais renhida da história da república, desde Deodoro. E tudo se agrava quando você vê figuras como o ex-campeão mundial de Fórmula-1, Nelson Piquet, pregando a morte do presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva.
Claro que essa onda de ódio que começou na verdade em 2018 vai se dissipar, porque a força da sensatez e da racionalidade é mais poderosa. Mas é preciso que a sociedade brasileira dê um basta nisso. Caso contrário, manifestações como aquela de cunho nazista que se viu em Santa Catarina e que foi rechaçada de pronto pela comunidade judaica , poderão encontrar espaço para avançar. O Brasil não pode servir de ninho para galar o ovo da serpente.
