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O paradoxo, pra lá de paradoxal

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“Tostines vende mais por que é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?”. Confesso que não sei e nem saberia, porque na época que o comercial de Tv bombava, não me interessei em consumir essa guloseima calórica. Mas pelo menos o marketing do biscoito deixou no ar uma referência para a reflexão sobre qualquer tipo de paradoxo, em qualquer tempo. Agora, por exemplo, é oportuno lembrar do biscoito da Nestlé, porque estamos num momento em que as redes sociais nos remetem ao seguinte paradoxo: “As redes sociais multiplicam o número de idiotas ou o número de idiotas é descomunal por causa das redes sociais?”. Não ouso responder. Até ousaria caso pudesse psicografar Nelson Rodrigues ou Umberto Eco.

O vampiro na área

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O escritor paranaense Dalton Trevisan, que faleceu em dezembro, era um mistério. Considerado um dos grandes contistas do Ocidente, muita gente não entende porque ele  não ganhou o  Premio Nobel  de literatura, embora tenha sido muito laureado, chegando a faturar o Prêmio Camões. Quem quiser conhecer o  enigmático vampiro de Curitiba, deve ler a obra do cartunista Dante Mendonça. “Vampiro de Curitiba, um retrato falado” está saindo do forno e será lançado  na capital paranaense no mês que vem.

O my goody!!!

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No programa do PL na TV, Jair Bolsonaro apareceu ontem  ripando a madeira no governo atual por causa do escândalo dos aposentados do INSS.  Falou na cara dura, como se não fosse dele a culpa no cartório. Usando a frase “quem rouba não cuida”, quis dizer que ele sim é que cuidava dos brasileiros. Verdade, cuidou tanto que, negando a vacina e a estratégia de isolamento recomendada pelos infectologistas, acabou criando condições para que a Covid matasse quase 800 mil pessoas. E nunca é demais lembrar, que foi no governo dele que a tungagem contra os aposentados teve seu pico. O my goody, quanta cara de pau.

Resista, Marina

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A ministra Marina Silva, uma das maiores  e mais qualificadas defensoras do meio ambiente no país, foi humilhada hoje em uma comissão permanente do Senado, onde habitam trastes como Marcos Rogério e Plínio Valério, que em passado recente disse textualmente que gostaria de enforcar a ministra. A sessão de horror ocorreu pouco mais de uma semana da aprovação, pelo próprio Senado da República, de um projeto de lei que atropela as regras de licenciamento ambiental, abrindo caminho para a ampliação da tragédia da devastação da Amazônia. O discurso cretino é do progresso e do desenvolvimento da região, mas sem nenhuma preocupação com as consequências ambientais da ganância de fazendeiros. Marina está incomodada com isso, como incomodados estão todos aqueles que, mesmo sem afinidade com a questão ecológica, teme pela institucionalização do caos. Força, grande Marina.

Moro lidera. Mas, porém, entretanto…

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Para um estado que consagrou e continua consagrando Bolsonaro nada a estranhar a liderança de Sérgio Moro para o governo. Mas está muito cedo e em política não funciona a teoria do quem chega cedo bebe água limpa. Há na cena política paranaense um jovem de sobrenome Requião, que pode sujar a água do ex-juiz.

03 no bico do corvo

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Eduardo Bolsonaro pediu licença à Câmara dos Deputados em 20 de março e se mandou para os Estados Unidos. A licença concedida era para 120 dias, que termina em 19 de julho. Pelo jeito o “Bananinha” vai ficar por lá, conspirando contra o Brasil e tentando mover céus e terras para ferrar o presidente Lula e ministros do Supremo, principalmente Alexandre de Moraes. Se não reassumir o cargo, perderá o mandato. Sem imunidade parlamentar, será processado, julgado e acabará preso, para passar bons anos na Papuda junto com o pai. Simples assim.

Grande Sebastião!!!

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De costas para a África

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Estranho o comportamento da mídia corporativa em relação aos acordos celebrados em Brasília pelos presidentes Lula e  João Lourenço, de Angola. Tanto os portais de notícias dos jornalões Estadão, Globo e Folha de São Paulo quanto as redes nacionais de televisão, Globo à frente, ignoraram solenemente a visita do líder político africano ao nosso país, como se para eles a África fosse um continente sem nenhuma importância na nossa história. Os destaques ontem nesses veículos de comunicação foram fofocas palacianas e o recuo do ministro Haddad no caso do IOF. Que leitura fazer desse descaso? Simples: a mídia tradicional é o reflexo da elite do atraso, que vive fazendo mesuras aos Estados Unidos e à Europa, mas está de costa para para a “mamãe África”. Nunca é demais lembrar que a África em especial e  Angola, em particular (que compartilha conosco a língua portuguesa) é a matriz cultural mais profunda da identidade nacional. É pouco ou quer mais?

Três gigantes que se foram

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“Três sul-americanos que viveram intensamente e que deixam um legado de solidariedade humana e esperança. Porque ao dedicarem suas vidas ao próximo, marcaram a existência deles na dedicação de cada trajetória além de si mesmos, humilde e generosamente. Francisco, Mujica, Salgado: três sinônimos de fraternidade. O mundo faz mais  que chorar suas partidas…“ ( Juca Kfouri)

Sebastião Salgado, o mago da fotografia

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Por mais que se fale dele, por mais que se reconheça a sua dimensão humana e seu compromisso com a civilidade, ainda será pouco para definir e mensurar o brasileiro, profissão  esperança, chamado Sebastião Salgado. O gigante da fotografia morreu hoje aos 81 anos, vítima  de uma leucemia grave, provocada por uma forma particular de malária, contraída na Indonésia, em 2010. Para o Brasil, a perda foi irreparável. Retratando em suas lentes as mais graves crises humanitárias, Salgado ignorou a evolução tecnológica para manter-se fiel à sua câmera tradicional, cheia de recursos, é verdade, mas sobretudo, repleta de verdades , verdades que só suas fotos de ponto grande e em preto e branco, podem traduzir.