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Xingue com elegância

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Lendo um artigo da advogada, escritora e dramaturga Beacky S. Korich  na Folha de São  Paulo, me ocorreu de refletir sobre xingamentos e baixarias em geral, coisas comuns neste período eleitoral. Vi o tal de Pablo Marçal no debate da Band entre os candidatos a prefeito de São Paulo (capital) e fiquei horrorizado com os exageros  e o nível do cara, que se falar que é de rodapé, estarei depreciando o rodapé. Mas Beacky nos ensina que , quando disparado num momento oportuno e com a ironia que só os inteligentes conseguem ter, o xingamento pode ser engraçado e quiçá, pedagógico. Aos que não conseguem esse time (taime pra que ninguém confunda com o time do coração), a autora de “Caos e Amor” recomenda pesquisar o google para achar sinônimos de palavrões que queiram expressar, como xingamento ou simples desabafo. Listei alguns, para sugerir aos candidatos que estarão se confrontando nessa disputa eleitoral, principalmente nas majoritárias.

Vamos lá, então: ladrão é baixaria e pode dar processo, então chame o adversário de flibusteiro. Se o cara é mau caráter, largue um mefistofélico. Ah, ele é um golpista de merda? Que tal, então, usar intrujão ou soez? A um conhecido meu, muito  dissimulado, me referi como  farsante. Pena que ainda não havia consultado o Aurélio para qualificá-lo de histrião. Ouvi um fulano exclamar diante de uma mulher que o deixou fascinado: “Nossa, que bunda !”. Fosse ele das minhas relações eu teria sugerido: “Home seu mínimo, que calipígio!”.

Diga quem adoras e te direi quem és…

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Bolsonaro continua popular no Paraná e mesmo inelegível ganha do governador Ratinho JR e  de Lula em pesquisa visando 2026. Isso prova que o eleitorado paranaense nem poderia ser chamado de conservador, talvez nem direitista. Prefiro acreditar naquela passagem bíblica da adoração ao bezerro de ouro, que tanto irritou Moisés quando ele desceu o monte com a tábua dos 10 mandamentos.

A quem não interessa o debate?

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Desde que a televisão entrou em cena nas campanhas eleitorais, Maringá sempre teve debates. E a Band, que toda eleição sai na frente, parece que este ano resiste em cumprir o papel histórico da rede dos Saad. A coisa tá muito estranha. Ao  ponto do petista Humberto Henrique iniciar um movimento para forçar as TVs locais a promover debates no primeiro turno. A pergunta que não quer calar é: quem está por trás dessa resistência desrespeitosa com o eleitor? Quem ? Quem? Tenho cá minhas suspeitas, mas deixa pra lá por enquanto.

Sem debate. Por que?

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A Band fez debates esta semana em Curitiba, Londrina e Cascavel. Não promoveu em Maringá porque dois candidatos não quiseram debater. Por que será? Medo do enfrentamento? Falta de propostas ou rabo de palha? O candidato Humberto Henrique ficou indignado com o fato. Ou melhor, com a fuga. E eu acrescentaria: são 5 candidatos, qual seria o problema  da emissora fazer o debate com 3? E por que o segredo de não revelar o nome dos desistentes.

Morno, com pequenas estocadas

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O primeiro debate dos candidatos a prefeito de Curitiba, realizado anteontem pela Band, foi  morno como era de se esperar. O momento mais quente foi quando Roberto Requião foi pra cima de Luciano Ducci, que tenta se posicionar como o candidato da esquerda e do setor progressista. Requião, que também se identifica como tal e tem história para justificar suas posições, destacou, ponto por ponto, as incoerências de Ducci. A maringaense Maria Vitória, que concorre pelo “PP do papai”, ficou na dela, fugindo de qualquer confronto e por isso mesmo deixando guardadinha a vara curta de cutucar onça.

O revolucionário que virou ditador sanguinário

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No apagar das luzes da década de 70 o mundo civilizado torceu muito pelas tropas do Comandante Zero e vibrou com o fim vitorioso da revolução sandinista. E sob aplausos dos progressistas que nunca engoliram e nunca vão engolir uma ditadura, Daniel Ortega assumiu o governo da Nicarágua. O que ninguém esperava é que o braço direito do Comandante Zero fosse , quase meio século depois, se transformar numa versão moderna de Anastácio Somoza.

A alegria da vitória e a dor da tragédia

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A tragédia e a conquista no mesmo dia, separadas por algumas horas. Cascavel, Vinhedo e Paris. O choro de desespero pela perda. O choro de alegria pela vitória. Pêsames e parabéns. As transmissões pelas televisões como espetáculo de tristeza e alegria. Misturados e arremessados no meio da sala. O coração perdido.

. Zé Beto

Por que o mundo se cala?

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O carniceiro Benjamin Netanyahu continua massacrando o povo palestino impunemente. Ontem matou mais 100, de uma só vez, quando o seu exército assassinou brutalmente os ocupantes de uma escola na área de Daraj, em Gaza. Enquanto isso o  governo dos EUA anuncia a destinação de  3,5 bilhões de dólares para Israel gastar em armas e equipamentos militares. Isso porque o presidente atual é um democrata. Imagine se fosse um republicano.

O que também deixa qualquer pessoa que tem apreço pela vida humana estupefata é o silêncio do mundo ocidental diante de tanta atrocidade.

Um “gorila” e o livro

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Quando entraram no meu apartamento e me levaram com minha mulher preso, levaram também minha biblioteca, principalmente um livro que o cara do DOI-Codi achou que era um manual de guerrilha. O livro chamava-se  Comunidades Primitivas, de uma antropóloga americana conservadora de nome  Ruth Benedict. O gorila  pensou: “comunidade é coisa de comunista”.

. Juca Kfouri (jornalista)

Moro, suas novas e velhas tretas

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O União Brasil, partido do novo cacique da política paranaense, conhecido como Sérgio Moro, vetou duas candidaturas em Maringá. Uma é do deputado Do Carmo, que trabalhava para disputar a sucessão municipal e que deu o troco, com acusações contra o algoz que o havia acusado de achacar sacoleiros quando estava na Polícia Rodoviária Estadual. Ontem, o UB  defenestrou o candidato a vereador André Almenara, alvo de investigações  da Denarc por suposto envolvimento com uma organização criminosa. De acordo com o Blog do Tupan, Do Carmo vai acionar o senador Moro na Justiça, o que deve esquentar ainda mais o clima dentro do partido do qual se assenhorou o ex-juiz da Lava Jato.

Só lembrando que Moro andou ali para ter seu mandato cassado pelo TSE por abuso do poder econômico e está às voltas com denúncias levantadas na Operação Spoofing. Por conta da sua questionada atuação na Operação Lava Jato, há contra ele no STF uma denúncia formulada pelo empresário Tony Garcia , que ainda vai dar muito o que falar.