É cada vez mais forte as conversas de bastidores na política paranaense de que Ênio Verri está adquirindo rapidamente, como presidente da Itaipu, status de candidato viável ao governo do Paraná em 2026. Os mais de 100 prefeitos beneficiados por programas da Binacional estão encantados pelo trabalho do maringaense. Por mais que o Paraná seja um estado antipetista, se o governo Lula for bem, como tudo indica, Verri terá chances reais de chegar ao Palácio Iguaçu.
Silvio II quer o III…mandato
A campanha já era sim, para estar rolando nos bastidores, mas tem candidato com o pé na estrada e fazendo verdadeiras reuniões-comícios, ao mesmo tempo em que acelera a máquina de costura para alinhavar as alianças possíveis e até algumas inimagináveis. Entre os que estão de olho no Paço Municipal de Maringá está Silvio Magalhães Barros II, que até recentemente resistia a pressão do irmão Ricardo mas que agora tomou gosto pela possibilidade real de voltar a dirigir os destinos da cidade pela terceira vez.
Silvio lidera todas as pesquisas, mas não dorme no ponto: acelera sua agenda de contatos presenciais com o eleitorado, inclusive os mais antigos. Numa das últimas reuniões que fez, mirou em homens de cabelos brancos, que sentavam na primeira fila ,para invocar a gestão do seu pai, que reconheçamos, foi um grande trocador de obras, apesar das muitas brigas que comprou. Só lembrando: uma dessas pendengas foi com os empresários Samuel Silveira e Joaquim Dutra, donos da TV Cultura (hoje RPC), que chegaram a ter o caminhão de externa da emissora proibido de entrar do Estádio Willie Davids para gravar jogos do Grêmio. A outra foi com a Copel, quando se recusou a pagar as contas de luz do Paço Municipal, que estavam atrasadas ao assumir em janeiro de 1973 e desafiou a companhia a cortar a energia. A Copel cortou e Silvio 1º colocou dois motores a diesel no subsolo do Paço Municipal, produzindo energia e muito barulho na orelha dos servidores.
O parlamento andou de ré
Observando os discursos e os debates acirrados na Câmara Federal e no Senado a gente chega a conclusão de que em termos culturais e éticos o parlamento brasileiro andou de ré. Eu que ouvi nas duas casas oradores como Freitas Nobre, Ulisses Guimarães , Paulo Brossard, Jarbas Passarinho, Josaphá Marinho e Teotônio Vilela, de repente me pego assistindo nas TVs Câmara e Senado, pronunciamentos de Níkolas Ferreira, Marco Feliciano, Eduardo Bolsonaro, Magno Malta, Marcos Rogério e Sérgio Moro. É muita desqualificação, né não amigo Prepúcio Honorato?
Liberdade de expressão x delinquência
A bancada bolsonarista na Câmara Federal tem deixado os brasileiros confusos no que diz respeito a essa tal liberdade de expressão. O que parece claro é que em discursos inflamados e raivosos, como os do Nicolas Ferreira, coordenador do movimento Direita Minas, é que esse pessoal não sabe onde termina o direito de se expressar e onde começa o direito que eles imaginam que tem de delinquir.
Ainda há espaço para o corpo-a-corpo
Será que teremos nessas eleições municiais a volta da forma tradicional de fazer campanha política? De 2018 pra cá o que predomina são as redes sociais, os disparos, até via robôs, de mensagens dos candidatos para o eleitorado. Em muitos casos tem dado certo, principalmente para quem tem condições de montar boas estruturas digitais, com craques da informática. Quem não tem se aventura nas ruas via contatos pessoais , tarefa cada vez mais difícil.
Tenho pra mim que numa eleição municipal, tão pulverizada como é particularmente a de vereador, poucos candidatos terão meios para competir pela Internet em pé de igualdado com os que já estão na lida digital há algum tempo. O contato pessoal, que exigirá muito mais sola de sapato do que antes, será a saída para os analógicos.
Requião está no jogo
Requião é pré-candidato a prefeito de Curitiba e por mais que o tenham como ultrapassado e fora do jogo, não há que se desprezar quem já foi prefeito da capital, governador duas vezes e senador da república. Ele está correto ao impugnar a divulgação de uma pesquisa que não tem seu nome, como a que seria divulgada esta semana por um tal de Instituto AtlasIntel. O TRE reconheceu o erro, certamente deliberado, e proibiu a divulgação do levantamento, que traz Deltan Dallagnol na liderança.
A escola pública está indo pro vinagre
Para quem como eu é do tempo em que o professor fazia toda a diferença na vida dos jovens e atuava nas escolas públicas com muita competência e respeito, dá uma tristeza danada ver como o governo do Paraná vem tratando o professorado. Parece que não anda mais fazendo concurso e nem qualificando os profissionais da educação, que deixam de ter estabilidade no nobre mister, para lecionar como temporários. O pouco caso com que o governo Ratinho Júnior trata a escola pública, que ele quer transformar em escolas militares, chega a ser criminoso.
50 ANOS DA REVOLUÇÃO DOS CRAVOS
Há meio século um portuguesinho arretado se abraçou a mim e cantando Grândola Vila Morena, choramos juntos.
Hoje faz 50 anos, que numa manhã de sexta-feira me surpreendi com o Mini Chico entrando na redação da sucursal da Folha de Londrina e cantando com lágrimas escorrendo pelos olhos a canção de Zeca Afonso, hino da Revolução dos Cravos. Não entendi direito o que estava acontecendo, quando sintonizamos a Rádio Tupi para ouvir o noticiário internacional. A notícia era exatamente sobre a entrada das tropas do general Spínola em Lisboa, decretando o fim de 41 anos da ditadura salazarista.
Mini Chico, uma fera do jornalismo agrícola, veio de Portugal com seus pais, fugindo da ditadura de Antônio Salazar. O Brasil também vivia uma ditadura, mas a família do Chico e do Germano, outro grande jornalista que por aqui passou, conseguiu se instalar e se estruturar em Maringá. A Revolução dos Cravos marcou a história de Portugal e como alguém que viveu aquela emoção abraçado a um imigrante português, me arrepia ouvir de Chico Buarque:
Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
Ainda guardo renitente
Um velho cravo para mim”
Sanepar sob ameaça de greve
Mas deixa estar que a coisa na Sanepar também não anda boa. Semiprivatizada , a companhia de saneamento do Paraná está na eminência de enfrentar uma greve geral de seu funcionalismo. O problema também está no péssimo relacionamento da diretoria com os trabalhadores. A causa, claro e evidentemente, é a política salarial. Só pra se ter uma ideia, os salários não são corrigidos acima da inflação desde 2012 e o valor do vale alimentação é o mesmo há mais de uma década. Isso num contexto em que a Sanepar registrou lucros exorbitantes. Que está rindo à toa são os acionistas da empresa,
Curto-circuito nas relações trabalhistas da Copel
A Copel está bem pior hoje do que era até agosto de 2023 quando foi privatizada. O restabelecimento de energia quando há um apagão demora mais, as tarifas aumentaram além da conta e a política salarial da empresa passou a privilegiar os diretores e deixar os empregados em segundo plano.
Conforme denúncia do deputado estadual Arilson Chiorato (foto Blog do Esmael), o programa de demissão voluntária tem gerado indignação no quadro próprio, principalmente com o desrespeito flagrante ao pagamento de direitos trabalhistas.
“ A falta de cumprimento de obrigações trabalhistas básicas e o aumento exagerado dos salários dos diretores (o salário do diretor-presidente pode chegar a R$ 380 mil) em meio a esse cenário geram indignação entre os consumidores e levantam questionamentos sobre a ética empresarial e a responsabilidade social da Copel”, disse Chiorato em discurso na Assembleia Legislativa.